De acordo com o governo federal, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome vai bloquear, nesta quarta-feira (12), 1,2 milhão de benefícios do Bolsa Família. Todos os bloqueados serão de famílias cuja composição é unipessoal, ou seja, de uma única pessoa. Além deles, outros 125 mil grupos que não são de apenas um membro, também terão o benefício cancelamento.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia alertado sobre o pente fino no Bolsa Família. Depois de suspeitas de fraude no programa, desde o início desse ano os inscritos estão passando pelo processo de averiguação cadastral, em que seus dados estão sendo analisados. A ideia é excluir da lista de contemplados todos aqueles que não cumprem com os requisitos de acesso ao programa.
As 125 mil famílias que não cumprem mais com os critérios de renda e acesso ao benefício tiveram seu auxílio cancelado. Para receber o Bolsa Família é preciso ter renda familiar mensal de no máximo R$ 218 por pessoa, ao ultrapassar esse limite o grupo é impedido de receber a ajuda. Outros 1,2 milhões de benefícios foram bloqueados, isso significa que eles tem chance de reaver seu pagamento.
Ao Globo, o Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que a suspeita é de que 4 milhões de famílias não se enquadram nas regras do programa. Esse número faz parte de um total de 6 milhões de cadastros de pessoas que estão passando pelo pente-fino porque entraram no programa durante o período eleitoral, entre maio e outubro, com indícios de irregularidades.
O que fazer se o Bolsa Família for bloqueado?
Os bloqueios do Bolsa Família começaram no início do ano. Já foram 1,5 milhões de pessoas que tiveram seus cadastros suspensos. Desse número, técnicos do ministro do Desenvolvimento Social identificaram 7 mil pessoas com renda superior a R$ 6.500 mensais recebendo o benefício.
Tanto os bloqueios feitos agora, quanto os cancelamentos já realizados estão nesse número de 6 milhões de cadastros feitos e aceitos durante o período eleitoral. “Existem vários processos que comprovaram o uso eleitoreiro do Auxílio Brasil (nome do programa até este ano). Ainda assim, a gente está bastante cuidadoso”, disse o ministro.
As famílias que forem bloqueadas do programa receberão uma mensagem por SMS, aplicativo ou no extrato bancário. Essas pessoas terão 60 dias para regularizar a situação. Para isso, deverão comparecer até o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e apresentar os documentos comprovando que tem direito ao Bolsa Família.
