ARAGUARI, MG — Um novo golpe pegou vários segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) de surpresa. O crime está relacionado à modalidade de empréstimo consignado, aplicado a partir da facilidade do que se chama de “kit fraude”, um documento com todos os dados pessoais dos beneficiários, disponível para compra na internet.

De acordo com o Programa de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon), os segurados do INSS registraram cerca de 57.874 queixas de golpe, o equivalente a mais de uma denúncia por hora. No entendimento da polícia, até mesmo os funcionários do instituto podem estar envolvidos nas fraudes.
Na prática, os criminosos compram os dados pessoais dos segurados do INSS em grupos clandestinas na internet. Em alguns casos é possível obter até mesmo a identidade e a selfie do beneficiário mostrando o documento e servindo como uma espécie de assinatura eletrônica para contratos de crédito.
Durante uma gravação, um dos criminosos fala sobre o livre acesso a um site com bilhões de cadastros. Segundo ele, basta clicar no perfil desejado para obter detalhadamente todas as informações sobre segurados do INSS.
“Então aqui a gente tem tudo, ó, RG, carteira trabalhista, carteira de motorista, e comprovante de tudo o que eu te informei (…) A gente encontra o que você deseja”, complementou o golpista.
Como o golpe é aplicado nos segurados do INSS?
Com os dados pessoais em mãos, os criminosos conseguem acesso ao perfil dos segurados no portal Meu INSS. Pela plataforma, é possível solicitar a liberação de empréstimos e até mesmo, realizar a troca da senha do aplicativo.
Uma das aposentadas vítimas do golpe, mas que prefere não ser identificada, conta que só descobriu a fraude quando ela mesmo tentou adquirir um financiamento de R$ 50 mil para construir uma casa.
Após verificar a situação a fundo, ela descobriu que outros 29 contratos irregulares já haviam sido feitos na titularidade dela, somando o valor total de R$ 195 mil.
Como os segurados do INSS podem evitar golpes?
A recomendação para evitar cair nesse novo golpe é se manter atento às movimentações na sua conta, monitorando possíveis retiradas e novos contratos. Segundo informações divulgadas no Fantástico, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu abertura de investigação na Polícia Federal.
“Bandidos estão fazendo isso se aproveitando de péssimos funcionários, indecorosos profissionais que são minoria, graças a Deus, mas que se utilizam do acesso à informação do aposentado, do seu cadastro, sua senha, para alimentar uma rede de criminosos.”, disse o ministro.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que acompanha permanentemente todos os temas relacionados à segurança cibernética, ainda que eles não tenham origem no sistema financeiro.
![Durante pronunciamento na última quarta-feira, 1, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a forma como os trabalhadores de aplicativo são tratados pelas próprias plataformas. Segundo elas, este formato de prestação de serviços é explorado como jamais visto na história. O ataque aconteceu em meio a tratativas do Governo Federal visando implementar uma legislação que fosse capaz de regulamentar as atividades dos trabalhadores de aplicativo. De acordo com o petista, é responsabilidade dos sindicatos atuarem nesta frente para estabelecer um novo vínculo trabalhista. Lula afirmou que os trabalhadores de aplicativo são intencionalmente mal remunerados enquanto são excluídos do regime legislativo que pode lhes conceder direitos trabalhistas. Lula ainda acrescentou que as formas de trabalho atuais dificultam a organização dos trabalhadores e a atuação dos sindicatos, uma vez que há uma descentralização da atuação dos profissionais. "Aqui no Brasil temos uma imensa maioria de trabalhadores que são trabalhadores intermitentes, temporários, que não conhecem o seu empregador, que sequer tem onde reclamar quando alguma desgraça acontece na vida do trabalhador", afirmou Trabalhadores de aplicativo serão atendidos pela lei O Governo Federal deve apresentar uma proposta de regulamentação do trabalho por aplicativo até o fim deste semestre. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 1, pelo ministro do Trabalho e Previdência, Luiz Marinho. Segundo ele, a pasta tem ouvido representantes dos próprios trabalhadores e das plataformas, especialistas e estudado a legislação de outros países para chegar a um consenso sobre uma proposta que assegure direitos à categoria. "[Estamos] ouvindo e experimentando várias experiências espalhadas mundo afora", afirmou o ministro durante discurso em evento com entidades sindicais internacionais, no Palácio do Planalto. O ministro evitou entrar em detalhes, mas explicou que a ideia é construir um modelo de contrato que não crie um vínculo empregatício como o previsto na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Caso possam contribuir para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com eventual contrapartida das empresas, por exemplo, os trabalhadores de aplicativo podem ter direito à aposentadoria, pensão por morte, auxílio invalidez, entre outros benefícios previdenciários. Ainda não há definição do formato que será regulamentada a proposta. O governo ainda avalia se editará uma Medida Provisória (MP) ou apresentará um projeto de lei. Nos dois casos, a iniciativa precisa passar pelo Congresso Nacional, com a diferença de que uma MP tem tramitação mais rápida e validade imediata por até 180 dias até ser aprovada.](https://fdr.com.br/wp-content/uploads/2023/03/brasil-ex-presidente-lula-20171009-003.webp)



