Demissões na Globo chamam a atenção mas servem como aprendizado

A onda de demissões de jornalistas renomados da TV Globo vem chamando muito a atenção. Tratam-se de profissionais que, supostamente, consideravam ter uma posição estável, seja por sua profundidade técnica ou mesmo renome, muitas vezes construído na própria emissora ao longo de anos. Porém, suas demissões trazem alguns aprendizados.

Entendendo o cenário

Toda e qualquer empresa, para sobreviver, precis de rentabilidade para se manter perenes. Não à toa, muitas reestruturações têm ocorrido em empresas de todos os portes, em todo o mundo.

E aí eu pergunto à você que lê este artigo: o que você faz todos os dias, para se tornar indispensável ou, pelo menos, se manter onde está? É preciso trazer tal reflexão aos profissionais, do estagiário ao presidente, pois se você não se tornar interessante, quanto aos conhecimentos técnicos e comportamentais (soft skills), seus dias podem estar contados onde trabalha, e seu nome entrar para as próximas listas de demissões.

David Braga, CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países pela Agilium Group, destaca que, em um processo de demissão, vários nomes são analisados. “Não é um sorteio para se decidir quem será demitido, mas, sim, análise de várias questões, desde performance, comportamento no dia a dia e até mesmo empatia”, explica Braga.

Braga ainda comenta que o passado é importante, pois é ele que nos trouxe até aqui, mas não podemos ficar preso a ele. “Os resultados entregues, os prêmios recebidos, as conquistas feitas e tantas outras coisas não nos chancelam e não nos seguram em nossas atuais posições. Sendo assim, todo dia é um dia novo. Diariamente precisamos nos preocupar quanto à nossa credibilidade, imagem e resultados“, comenta o especialista.

Como se preparar para os “novos tempos”?

Em uma época de extrema polarização, que é cada vez mais latente, é preciso controle emocional e ponderação para expressar nossa opinião. “Por isso é tão importante refletirmos sobre qual imagem temos projetado nas pessoas, sobretudo como temos nos posicionado, especialmente em temas polêmicos”, comenta Braga.

Outro ponto que o CEO comenta é em relação as empresas precisarem ter muita atenção quanto à juniorização. “Não é pequena a lista de companhias que têm demitido profissionais mais sêniores, logo com salários maiores, substituindo-os por profissionais mais júniores e, consequentemente, mais baratos”, diz Braga.

Há também um processo inverso, cada vez mais frequente: profissionais que demitem suas empresas em busca de ambientes mais saudáveis, lideranças menos tóxicas ou porque estão em ambientes onde não é possível colocar suas competências à disposição no dia a dia. Tal qual a empresa decide, o profissional também escolhe onde quer estar. O poder está compartilhado, o que a meu ver é muito interessante e necessário.

Braga conclui comentando que, em um mundo cada vez mais complexo, ambíguo, volátil e incerto, é preciso estar aberto ao novo, sobretudo viver o hoje intensamente, com felicidade e equilíbrio.

“Se você foi demitido, entenda que não é o fim do mundo, mas sim uma oportunidade de buscar novos caminhos, novos conhecimento e, claro, novas experiências”, conclui Braga.

Victor BarbozaVictor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.
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