Na última sexta, 31, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que a pasta formou uma equipe para encontrar maneiras de reduzir os juros cobrados pelos bancos no rotativo do cartão de crédito. Entenda.
Os juros do rotativo do cartão de crédito estão atualmente em 417,4% ao ano, figurando entre os mais caros do mercado.
Juros altíssimos do rotativo
Na visão de Haddad, os juros do rotativo são “estratosféricos” e afirmou que isto prejudica a própria margem dos bancos. “Precisamos tomar providências para trazer isso a um bom termo. Já aconteceu isso no passado com o cheque especial, que ainda é alto, mas foi modulado”, afirmou ele, segundo o Money Times.
Esta modalidade é considerada emergencial, assim como o cheque especial, sendo muito procurada pelos brasileiros em momentos de aperto. Por conta do grande risco de inadimplência, os juros são elevados.
Novidades para o mercado de crédito brasileiro
Por fim, o ministro disse que ainda este mês serão anunciadas 12 medidas com objetivo de melhorar o ambiente de crédito no Brasil.
“Isso vai desde aval para PPPs, que são grandes investimentos em infraestrutura, passando por debêntures que não pagam imposto de renda e até garantias que são dadas no sistema de crédito para baixar o chamado spread, que é quanto o juro cobrado a mais do que ele paga de captação”, disse.
Rotativo do cartão de crédito
O cheque especial nada mais é do que um tipo de crédito oferecido pelo banco. O funcionamento é similar ao de um empréstimo pré-aprovado que o banco deixa a sua disposição para ser usado a qualquer momento.
É justamente esta facilidade que o torna perigoso. Cada cliente possui um limite diferente que varia de acordo com a avaliação da instituição.
Na visão do diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o crescimento no endividamento das famílias, juntamente com esta alta demanda do rotativo do cartão, é um reflexo do momento vivido pela economia do país.
“É um um processo não só de endividamento elevado mas desemprego elevado, mas também de queda de renda frente à uma alta da inflação, à uma pandemia que desarranjou a estrutura familiar com a relação à renda: alguém morreu ou perdeu o emprego, ou renda foi reduzida pela menor quantidade de trabalho”, disse ele ao G1.