Mudanças no vale-alimentação decepcionam milhares de trabalhadores

O vale-alimentação não é um direito do trabalhador, mas sim um benefício. Esse pagamento somente é obrigatório se for firmado em contrato. Sem que seja definido em contrato, esse vale é visto como mais um atrativo para ocupar vagas de emprego oferecidas pelas empresas. Uma recente pesquisa, porém, mostrou que o funcionamento desse benefício não é assim tão vantajoso.

Mudanças no vale-alimentação decepcionam milhares de trabalhadores
Mudanças no vale-alimentação decepcionam milhares de trabalhadores (Imagem: FDR)

A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) não prevê a obrigatoriedade do pagamento do tíquete do vale-alimentação. Isso significa que a liberação dessa quantia é opcional para a empresa. Normalmente os empregadores oferecem esse vale para não precisar garantir a alimentação dos trabalhadores dentro da empresa. Com o valor o funcionário pode comprar sua refeição.

A quantia também é usada para fazer compras em supermercados, o que permite que o funcionário leve marmita. Para muitas pessoas esse bônus faz diferença no final do mês trabalhado, ajudando a economizar o que seria tirado do salário para comprar pequenos lanches ou fazer um refeição inteira.

O valor pago no vale-alimentação tem um limite mensal, e somente pode ser usado em empresas credenciadas pela companhia do cartão. O próprio empregador escolhe qual será o operador do cartão em que serão inclusos esses créditos. A partir de maio, as empresas deverão oferecer a possibilidade de seus colaboradores poderem optar pela portabilidade de seus cartões de vale-alimentação ou refeição. 

Vale-alimentação não é suficiente

Uma recente pesquisa feita pela Sodexo Benefícios deixou muitos trabalhadores decepcionados ao indicar que o vale-alimentação não é suficiente para arcar com a alimentação de um mês inteiro. Pelo contrário, o levantamento indicou que o valor repassado pelos empregadores tem sido capaz de arcar com as refeições de 11 dias de trabalho.

Se considerarmos um mês com 22 dias de trabalhados, ou seja, apenas com dias úteis, o vale é capaz de custear metade das refeições dos funcionários. A mesma pesquisa feita em 2019, antes do início da pandemia de Covid-19, mostrou que a duração média do VR era de 18 dias, uma semana inteira a mais do que hoje.

A Sodexo informou que empresas de todos os portes aumentaram o valor do vale-refeição neste ano, mas o reajuste não foi suficiente para cobrir a alta nos preços para se alimentar na rua. Uma pesquisa da Ticket Restaurante mostrou que o custo para comer fora de casa subiu quase 50% entre 2021 e 2022.

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Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]