Bancos recusam crédito consignado do INSS e governo se desespera; veja nova proposta

No dia 13 de março foi decidido por meio do CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) que a taxa de juros do crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) deveria cair. Com a mudança que limitou a cobrança a 1,70% ao mês, bancos públicos e privados passaram a tirar esse produto do seu catálogo. O que gerou polêmica e mal estar entre membros do governo federal.

Bancos recusam crédito consignado do INSS e governo se desespera; veja nova proposta
Bancos recusam crédito consignado do INSS e governo se desespera; veja nova proposta (Imagem: FDR)

De acordo com fontes ligadas ao governo federal, a redução na taxa de juros do consignado do INSS foi uma sugestão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Acontece que o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) havia autorizado o ministro a discutir essa proposta no CNPS, mas não a fazer a medida valer sem que passasse por outros ministérios.

A aprovação e publicação no Diário Oficial da União sem que antes passasse pelo ministério da Fazenda e da Casa Civil, gerou desconforto com os ministros das respectivas Pastas, Fernando Haddad e Rui Costa. A situação se agravou depois dos bancos decidirem que com a taxa de juros limitada a 1,70% ao mês seria inviável oferecer crédito consignado para aposentados e pensionistas.

Na última segunda-feira (20), Rui Costa (Casa Civil), Lupi (Previdência) e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, discutiram uma fórmula para solucionar a questão. A ideia é estimular os bancos a voltarem a oferecer o crédito consignado do INSS, mas sem desagradar os aposentados.

Governo prevê alternativa para consignado do INSS

Ao que tudo indica, depois da reunião dos ministros na última segunda-feira (20), a taxa de juros do consignado do INSS deve ganhar um novo teto. O meio-termo encontrado pela equipe do governo federal foi de 1,9% a 2% ao mês, mas essa decisão ainda deve ser discutida e aprovada em um outro momento.

Na sexta-feira (24) uma nova reunião deve ser feita pelo CNPS, dessa vez contando com membros de instituições bancárias. As duas partes serão ouvidas para chegar a uma solução viável para os dois lados. Já que sindicatos defendem a redução da taxa de juros que antes estava no teto de 2,14% ao mês.

Para os representantes dos aposentados e pensionistas, o fato dos bancos terem recusado oferecer o consignado do INSS nas novas condições, foi uma chantagem. Eles ainda disseram que as instituições visam apenas os lucros.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com
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