Recentemente, o ministro de Portos e Aeroportos Márcio França, comunicou que o governo Federal irá lançar o programa Voa, Brasil, que tem o objetivo de baratear o preço das passagens aéreas no país a um custo estimado de R$200 por trecho voado. Mas será que a Azul está disposta a embarcar nesta?
De acordo com o CFO e co-fundador da companhia aérea, Alex Malfitani, a Azul está sim disposta a estudar e tentar tornar realidade passagens aéreas a R$200 para estudantes do Fies, aposentados e pensionistas do INSS e servidores municipais, estaduais e federais que recebem até R$ 6,8 mil.
O executivo disse ao InfoMoney que a companhia aérea irá se beneficiar com o crescimento na quantidade de passageiros viajando de avião, uma vez que o maior custo para uma empresa aérea é o assento vazio. Mas, ele ponderou e disse que o novo programa precisa ser bem planejado, uma vez que as empresas também obtém um bom lucro com passagens vendidas de última hora por valores bem mais elevados.
Alex falou ainda sobre a renegociação que a companhia aérea fez com empresas que alugam aeronaves para a companhia. O acordo levou a Azul a obter lucro no quarto trimestre do ano passado, se recuperando do prejuízo observado no mesmo período de 2021.
Na visão do executivo, isto permitirá que a Azul obtenha sua geração de caixa mais alta da história neste ao, ficando acima dos R$ 5 bilhões. Até o momento, o melhor desempenho do Ebitda anual da Azul foi registrado em 2019, com R$ 3,6 bilhões.
“Quando saiu a notícia do caso Americanas, o mercado ficou receoso. As agências de risco deram downgrade na Azul, deram downgrade na concorrência também, mas aí por outros motivos também. Isso criou um clima de que a Azul não fosse ter apoio dos ‘lessores’ (companhias que fazem leasing, como um aluguel de aeronaves, para a Azul), mas a gente sempre esteve confiante de que iríamos ter. 80% da nossa dívida nominal vem dos ‘lessores’ e os ‘lessores’ não dependem de crédito de banco brasileiro para se financiar”, afirmou ele ao InfoMoney.