Bolsa de Valores: Ações da Azul ‘decolam’ por conta deste motivo

A Azul é uma das principais companhias aéreas que atuam no Brasil e um anúncio importante feito pela empresa no início desta semana deixou o mercado mais tranquilo. Entenda.

A companhia aérea comunicou um acordo feito com arrendadores de seus aviões para arrastar sua dívida para 2030, o que afasta o risco de uma recuperação judicial, um grande medo do mercado.

Este acordo, que engloba 90% dos débitos da empresa com leasing de aeronaves, gerará uma economia de caixa de R$ 3 bilhões apenas em 2023, de acordo com o CFO Alex Malfitani. Por sua vez, os arrendadores respondem por 80% da dívida bruta da Azul.

A ação da Azul, que é controlada por David Neeleman cresceu 26% no fim da manhã de ontem, 6, após o acordo ser feito e acelerou para 55% no começo da tarde.

A partir deste acordo, a empresa atingirá o o breakeven em 2023, algo que estava projetado apenas para o ano que vem, afirmou o CFO. A expectativa para 2024 é gerar caixa novamente. 

“As preocupações do mercado com a sustentabilidade da empresa estão eliminadas e todos os boatos estão resolvidos,” disse Malfitani ao Brazil Journal. “O mercado estava incerto se teríamos apoio dos lessors e mostramos que temos”, complementou.

Em contrapartida pelo prolongamento do pagamento da dívida e da redução  do valor pago pela empresa, os arrendadores vão ganhar títulos de dívida negociáveis com vencimento em 2030, além de ações precificadas de forma a refletir a nova geração de caixa da Azul.”

O mercado se pergunta neste momento sobre o quanto esse pagamento através de equity vai representar em diluição.

A diluição, de acordo com Malfitani, não vai ser grande pois foi combinado um preço para o pagamento dos lessors em 2030 a um múltiplo de 8x EBITDA. Atualmente, a Azul negocia a metade disso. “Se eliminarmos as questões de estresse, o mercado já acredita que vamos dar R$ 5 bilhões de EBITDA neste ano. Isso já daria um valor de mercado de R$ 40 bilhões,” afirmou ele ao Brazil Journal.

Por fim, ele falou ainda que as negociações seguem com os arrendadores restantes e os fabricantes de peças, e que novos acordos ainda podem ser anunciados.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.