O caso Americanas continua rendendo e sendo um dos assuntos mais comentados do país. Desta vez foi tomada uma decisão que envolve mais de mil trabalhadores e fornecedores. Entenda este novo capítulo.
Foi decidido que cerca 1,3 mil trabalhadores e pequenos e médios fornecedores não vão poder receber os R$192,4 milhões do pagamento de dívidas da Americanas. A decisão é da desembargadora Leila Santos Lopes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Ela suspendeu a proposta da empresa, que passa por processo de recuperação judicial desde o mês de janeiro, para pagar de forma antecipada os compromissos com esses credores.
A desembargadora aceitou o recurso do Banco Safra, que argumenta que a Americanas só pode pagar suas dívidas depois que o plano de recuperação judicial for aceito, processo previsto para o fim deste mês. O Bradesco já tinha solicitado na última semana a suspensão do pagamento, no entanto teve o pedido negado pela Justiça.
A magistrada em sua decisão diz que apenas a Assembleia Geral de Credores da Americanas pode determinar a ordem que o pagamento das dívidas deve seguir, e o pagamento de apenas uma parte dos credores pode causar um dano irreparável ao próprio processo de recuperação judicial.
A varejista decidiu recorrer da decisão alegando que os argumentos colocados pelo Safra são “totalmente descabidos e até mesmos distorcidos”. o grupo diz que o banco não indicou quanto teria tomado de prejuízo. De acordo com a empresa, o pagamento antecipado aos credores trabalhistas e aos pequenos fornecedores conservaria toda uma cadeia produtiva em funcionamento.
A Americanas virou o grande tema do mercado financeiro desde o começo deste ano, quando foi revelado um rombo financeiro de R$ 20 bilhões em suas finanças por conta de “inconsistências financeiras”.
Depois deste comunicado, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial, em uma tentativa de conseguir se recuperar e retardar o pagamento de dívidas.
A Americanas S.A. é uma holding brasileira que atua principalmente no segmento de varejo. Fundada em 1929 em Niterói, no Rio de Janeiro pelo austríaco Max Landesmann e pelos americanos John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger.