Lançamento do Banco Central será o ‘pix dos serviços financeiros’. Conheça a novidade

Pontos-chave
  • Projeto-piloto do Real Digital começa esse mês
  • Real Digital poderia diminuir o custo de crédito e subir o retorno de investimentos

Nesta segunda, 6, um dos colaboradores do Banco Central comentou sobre um novo recurso em desenvolvimento,  que vai funcionar como uma espécie de “PIX dos Serviços financeiros”.

De acordo com Fabio Araujo, que é coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central isto acontece pois o real digital permitirá que sejam feitas  transferências de ativos financeiros de uma maneira tão instantânea como o PIX.

O projeto-piloto da moeda começa agora em março, e contará com a participação do SFN (Sistema Financeiro Nacional). “Vamos discutir propostas de piloto com participantes do sistema no início de abril”, disse Araujo, segundo o UOL.

Queda no custo do crédito 

Fabio disse também que o Real Digital poderia diminuir o custo de crédito e subir o retorno de investimentos pois não são necessários intermediários nas negociações.

Fora isso, um dos grandes objetivos da moeda que está sendo desenvolvida pelo BC é permitir a realização de novos serviços financeiros.

Ao ser perguntado se o Real Digital acabará com a moeda física, foi explicado por técnicos que a grande diferença de um CBDC é o uso da tecnologia e a oferta de serviços possíveis. 

Araujo explicou também que somente em abril, que é quando ocorre o workshop para falar do tema é que os critérios dos participantes da fase de testes serão comunicados. Segundo ele, esses critérios ainda não estão definidos.

Custo da moeda 

Haroldo Jayme Cruz, chefe de departamento de informática do BC, ressaltou que a autoridade monetária ainda não sabe ao certo qual será o custo do Real Digital no total. De acordo com ele, os investimentos feitos em infraestrutura não serão elevados.

Ele falou sobre isso quando foi perguntado com comparações com o PIX. Ele afirmou que não era possível traçar um paralelo pois o real digital ainda não está em execução e, somente passará, a partir deste mês, da fase de testes. “A expectativa é que os custos do real digital sejam compatíveis com o Pix”, disse ele.

Fase de testes 

Luis Felipe Vital Nunes, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, ressaltou que vai acompanhar de perto esta fase de testes, mas que toda a operação de liquidação e custódia já acontece no Selic. “Vamos avaliar ajustes no sistema Selic nos testes do real digital.” 

Marcus Antônio Sucupira, chefe-adjunto do Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central, disse que o período de acompanhamento tem o objetivo de evitar riscos adicionais para a operação.

Real Digital

O real digital tem a vantagem do usuário não precisar obrigatoriamente de uma conta bancária para usar o dinheiro, uma vez que ele será armazenado em uma carteira virtual. Algum sistema do governo ficará encarregado de gerenciar as transações, possivelmente o próprio Banco Central.

A CBDC  facilita ainda o uso do dinheiro em viagens internacionais. Com o Real Digital será possível viajar e converter a moeda diretamente no país de destino.

Falando sobre segurança, a expectativa é que a moeda seja desenvolvida dentro da tecnologia blockchain. Com isso, os crimes financeiros podem ser acompanhados com maior detalhamento, e permite que órgãos de controle compreendam de forma mais aprofundado os fluxos de dinheiro.

A chegada da versão virtual da moeda irá ajudar nas transações através de meios eletrônicos e pela internet. A moeda vem sendo debatida e testada por um pequeno grupo de participantes do mercado que fazem a verificação da viabilidade tecnológica da nova moeda.

Na visão dos governos, as moedas digitais podem trazer mais “benefícios”  como custo-benefício na emissão, inclusão financeira maior e menor custo de transações. Segundo o portal Atlantic Council, cerca de 90 países pensaram em criar uma CBDC e pelo menos sete tem projetos lançados.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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