Desde a campanha eleitoral, Lula defendeu a proposta do aumento real do salário mínimo. Durante os quatro anos de governo Bolsonaro, o reajuste do piso nacional foi feito sem ultrapassar a taxa da inflação. Nos seus mandatos anteriores, o presidente Lula aplicou o aumento real.
Assim que foi eleito para assumir em 2023, Lula se comprometeu a aumentar o salário mínimo, que havia sido estabelecido a R$ 1.302 pelo governo antecessor, para R$ 1.320. O Governo Federal conseguiu a aprovação do Congresso Nacional, mas, no fim das contas, voltou atrás.
O presidente afirma ter discutido com seus ministros e outras autoridades e representantes sindicais para tomar a decisão. Foi concluído que a proposta do salário mínimo a R$ 1.302 já cumpria o principal objetivo de atender a um aumento real em relação ao percentual da inflação de 2022.
Quando parecia que este seria mesmo o valor definitivo do piso este ano, o ministro do Trabalho e Emprego deu uma declaração que reanimou os trabalhadores que aguardavam por um aumento ainda maior. Luiz Marinho divulgou que está entre os planos do Governo Federal aplicar um novo aumento do salário mínimo ainda este ano.
Marinho não citou valores, mas estima-se que seja o valor prometido durante a campanha e aprovado pelo Congresso anteriormente, R$ 1.320. O ministro ainda divulgou 1º de maio como a possível data de início do segundo reajuste do ano. A escolha pode não ser por acaso, já que 1º de maio é o Dia do Trabalhador.
Governo cria grupo para elaborar Política de Valorização do Salário Mínimo
Enquanto não chega a possível data do novo reajuste do salário mínimo, o Governo Federal anuncia outras medidas relacionadas ao tema. Foi publicado no Diário Oficial da União do dia 27 de fevereiro a criação do Grupo de Trabalho para a elaboração da Política de Valorização do Salário Mínimo.
O grupo será formado por representantes de ministérios e de sindicatos dos trabalhadores, auxiliados por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Componentes dos ministérios do Trabalho, Fazenda e do Planejamento estarão ao lado de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical formando o colegiado que irá discutir e elaborar a Política de Valorização do Salário Mínimo. O Grupo de Trabalho terá duração de 45 dias, contados a partir de 19 de janeiro.