Tradicional empresa brasileira volta a pedir recuperação judicial e ações despencam

O processo de recuperação judicial é uma maneira de uma empresa se reorganizar e conseguir escapar de uma possível falência. Existem empresas que precisam passar por mais de uma recuperação judicial, como é o caso da que vamos falar aqui.

A empresa em questão é a operadora Oi, que em uma nova tentativa de se reerguer, formalizou na última quarta, 1º de março, um novo pedido de recuperação judicial. Desta vez, a operadora afirma ter R$ 43,7 bilhões em dívidas. Deste total, R$ 1 bilhão é classe 1, como são chamadas as  dívidas trabalhistas.

Este segundo pedido acontece em apenas três meses após a empresa anunciar o fim da primeira recuperação judicial, em dezembro do ano passado. Este novo pedido já era esperado pelo mercado por conta das movimentações recentes da operadora.

Em fevereiro, a empresa conseguiu na justiça do Rio de Janeiro, uma medida cautelar que a protegeu do bloqueio de ativos por credores por um período de 30 dias. A empresa também foi atras de uma proteção parecida na justiça de Nova York.

A empresa afirmou, através de um comunicado voltado para o mercado, que o pedido de recuperação judicial “demonstrou-se a medida mais adequada para a companhia e suas subsidiárias neste momento”.

De acordo com a OI, existem negociações que permanecem em andamento com credores e “pontos negociais ainda sujeitos à concordância entre as partes”.

“O ajuizamento do pedido de Recuperação Judicial é um passo crítico na direção da reestruturação financeira e busca da sustentabilidade de longo prazo da Companhia e de suas Subsidiárias, e a Companhia reafirma que continuará mantendo regularmente suas atividades […]”, disse a empresa, segundo o jornal Estado de Minas.

A operadora entrou com o primeiro pedido de recuperação judicial em junho de 2016, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após ter acumulado uma dívida bruta de cerca de R$ 65 bilhões, com mais de 55 mil credores. O plano foi aprovado pela Justiça somente em fevereiro de 2018.

De acordo com a Folha de S.Paulo, passar por uma segunda recuperação judicial é algo raro, e a Oi deve passar mais dificuldades desta vez do que na anterior, na visão de analistas. Esse ponto de vista está ligado ao fato de a Oi ter menos ativos para vender desta vez.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.