Fim do Auxílio Brasil desestabiliza beneficiários que não têm substituição de renda

Na quinta-feira (2) deve chegar ao fim o programa Auxílio Brasil. Esse foi o benefício criado pela equipe social do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, no governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) esse benefício deve ser substituído pelo Bolsa Família, programa que foi criado em 2003 no primeiro mandato do petista. A troca, porém, deve excluir pelo menos 2,5 milhões de pessoas.

Fim do Auxílio Brasil desestabiliza beneficiários que não têm substituição de renda
Fim do Auxílio Brasil desestabiliza beneficiários que não têm substituição de renda (Imagem: FDR)

Até 2021 funcionava no país o Bolsa Família, mas o governo de Bolsonaro substituiu o programa pelo Auxílio Brasil. O novo benefício começou a funcionar em 2022, e tinha como objetivo criar a marca social do ex-presidente independente do antigo programa petista. Dessa forma, acreditava-se que os laços do governante com o público mais pobre, mulheres e nordestinos, seriam fortalecidos.

São justamente esses grupos que recebem em sua maioria o benefício de transferência de renda. Acontece que com Luís Inácio Lula da Silva (PT) tendo vencido as eleições de 2022, já foi confirmado o interesse pelo retorno do Bolsa Família. A substituição deve acontecer nessa quinta-feira (2), com a edição de uma Medida Provisória (MP).

Acontece que para muitas pessoas a troca de programas não será vantajosa. Isso porque, o ministério do Desenvolvimento Social (MDS) prevê excluir pelo menos 2,5 milhões de famílias que recebem o Auxílio Brasil de forma irregular. Apenas em março a previsão é de que 1,5 milhões já sejam desligadas.

Quem pode ser excluído do Auxílio Brasil?

De acordo com informações do MDS, e do ministro da Pasta, Wellington Dias, o grande alvo do pente-fino que visa excluir os irregulares do Auxílio Brasil são as famílias unipessoais. Isso é, as famílias compostas por uma única pessoa. A suspeita é de que um mesmo grupo familiar tenha inscrito mais de um membro para receber a ajuda financeira em duplicidade.

Com os critérios de seleção do Cadastro Único mais brandos, essas pessoas podem ter entrado na lista de contemplados de forma irregular. Agora, estão passando por um processo de triagem e revisão de dados. Caso não tenham o limite de renda permitido (R$ 210 por pessoa/mês), serão excluídos.

Do número de 1,5 milhões de excluídos em março, pelo menos 400 mil são de famílias unipessoais. Têm potencial para serem desligados do programa:

  • Famílias com dados desatualizados no Cadastro Único há pelo menos dois anos;
  • Famílias unipessoais com renda familiar de no máximo R$ 210 por pessoa.

 

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Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]