Minha Casa Minha Vida traz mudança para moradores de SP e desagrada

Na última terça-feira (14) foi oficialmente lançado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) o novo Minha Casa Minha Vida. Entre as novidades, como a possibilidade de financiar imóveis usados e não apenas os novos, estão mudanças para a faixa 1 do financiamento. Para os moradores da cidade de São Paulo, esse programa também trouxe uma informação atualizada, mas desagradável.

Minha Casa Minha Vida traz mudança para moradores de SP e desagrada
Minha Casa Minha Vida traz mudança para moradores de SP e desagrada (Imagem: FDR)

À pedido do G1, o Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis da capital paulista, fez um levantamento sobre o tamanho dos imóveis residenciais oferecidos pelo Minha Casa Minha Vida. Por meio dessa pesquisa foi possível entender que a metragem das casas oferecidas para a população vulnerável que adere ao financiamento popular foi diretamente afetada.

Em 2018, a área útil média desses empreendimentos era de 40,9 m²Em 2022, ela caiu para 35,6 m². A construção de casas dentro do programa Minha Casa Minha Vida, que de 2019 a 2022 funcionou como Casa Verde e Amarela, é feita por quatro empresas parceiras do governo. Os interessados procuram por: Cury, MRV, Plano & Plano e Tenda

Das construtoras listadas, a Plano foi a que mais reduziu o tamanho dos imóveis nessa categoria. Saindo de 40,2 m² em 2017 para 33,3 m² em média em 2022. Para Renée Garófalo Silveira, diretora de incorporação da Plano, dois motivos explicam essa mudança: o aumento do custo da construção, e a alta da taxa básica de juros.

Minha Casa Minha Vida vai ficar mais caro

A meta do governo Lula é de que até 2026, fim do seu governo, sejam financiados 2 milhões de imóveis pelo Minha Casa Minha Vida. Com a volta da faixa 1 para famílias de baixa renda, cujo rendimento mensal bruto não ultrapassa R$ 2,6 mil, a construção e lançamento de conjuntos habitacionais deve voltar no país.

No entanto, o valor a ser financiado deve encarecer, acompanhando o ritmo de reajustes desse setor. O custo agregado da construção subiu 35,37% entre 2020 e 2022. Para se ter uma ideia dos fatores que resultam nesse aumento significativo, está o reajuste no preço dos materiais que saltou quase 60% no período (57,97%).

Todos esses aumentos são repassados para o consumidor no valor final do imóvel. Para quem se enquadra na faixa 1 é possível receber subsídio do governo de 85% a 95% do valor total do imóvel. Aos demais, cujo rendimento mensal bruto vai até R$ 8 mil, esses subsídios não são oferecidos.

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com