Americanas mostra plano para reverter dívidas, mas reações dos bancos desanima

Nesta quinta, 16, a Americanas revelou que fez uma reunião com bancos credores para apresentar uma proposta de injeção de capital de seus acionistas de referência, Jorge Paulo Lehmann, Marcel Telles e Carlos Sicupira, de R$ 7 bilhões, de acordo com o que a imprensa tinham noticiado.

Deste total, R$6 bilhões seriam “novos”, voltados para uma rodada extra de capitalização da Americanas. O R$1 bilhão restante, por sua vez, já consta no caixa da varejista através de um financiamento DIP, que é voltado para empresas em processo de recuperação judicial. No caso do DIP, a dívida existente atualmente viraria ações extras ao trio de referência.

Fora isso, a Americanas ofertou uma recompra de dívida por parte da empresa da ordem de R$ 12 bilhões e a conversão de dívidas financeiras de cerca de R$ 18 bilhões, sendo uma parcela em ações da varejista e a outra em dívida subordinada, aqueles que os credores são os últimos a receber em casos  de falência.

De acordo com a Americanas, não aconteceu um acordo com relação à proposta. Segundo a  apuração feita pelo portal Valor Econômico, os bancos credores, que tem R$ 17,8 bilhões em dívidas com a companhia, saíram “desapontados” da reunião.

“A Companhia espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”, finalizou a Americanas, em fato relevante.

A Americanas entrou em recuperação judicial em janeiro como forma de pagar a dívida de R$43 bilhões. A Americanas já vem tendo dificuldades para suprir os seus estoques e que teve que entrar na Justiça para impedir cortes no fornecimento de energia e despejos em decorrência do atraso nos pagamentos.

Este modelo de empréstimo usado pelos acionistas de referência da Americanas, conhecido como DIP (financiamento do devedor em posse), só pode ser utilizado em processos de recuperação judicial.

Este é um modelo que não necessita de uma assembleia geral de credores para ser aprovado e pode ser pedido já no começo do processo de RJ. Se a empresa vier a falir, seu pagamento é colocado na lista de prioridades, ficando atrás de gastos de administração judicial e de alguns créditos trabalhistas.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.