Com a volta de Lula à Presidência da República, diversos programas dos mandatos petistas que sofreram alterações no Governo Bolsonaro voltam a aparecer. É o caso do Minha Casa, Minha Vida. A volta do programa tem deixado alguns seguimentos muito animados.
O setor da construção civil é o setor mais animado com este fato. O crescimento esperado pelo setor se deve em grande medida pelo anúncio de novos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida, feito pelo Ministério das Cidades.
A expectativa para 2023, especialmente entre as empresas voltadas ao segmento econômico, é de uma curva ascendente em novos empreendimentos para suprir o déficit habitacional no País, estimado hoje em 5,9 milhões de moradias, e contribuir para a geração de empregos.
O Programa Minha Casa, Minha Vida foi criado em 2009 e representou, durante o período em que esteve em vigor, cerca de 75% do mercado imobiliário residencial brasileiro, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria e Construção (CBIC). Bolsonaro substituiu o programa pelo Casa Verde e Amarela, em 2021. Neste caso, a fatia atendida foi reduzida para 50%.
O Ministério das Cidades também anunciou um aporte de R$ 10 bilhões do OGU. A reação do mercado se espelhou nas ações de construtoras de capital aberto voltadas ao segmento econômico, que subiram mais de 30% na primeira semana do ano.
A Longitude, incorporadora voltada ao segmento econômico, com atuação na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e também em Sorocaba, projeta a expansão de seus empreendimentos em outras áreas do Estado de São Paulo. “Evidentemente, estamos atentos aos movimentos do mercado e à atuação do novo governo, mas já contamos com a previsão de vários lançamentos até o final deste ano”, diz Guilherme Bonini, diretor executivo da Longitude Incorporadora.
Vantagens também para o consumidor
E não são só as empresas do setor imobiliário que devem perceber vantagens. Um levantamento realizado pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras) em parceria com a Brain, empresa de inteligência estratégica, indica que 2023 será favorável também sob o ponto de vista do consumidor.
Na pesquisa, 31% dos entrevistados desejam adquirir um novo imóvel. A maioria, 33%, tem a perspectiva de sair do aluguel. E 47% pretendem comprar apartamento. A pesquisa ouviu 1.200 pessoas com renda superior a R$ 3 mil.
Bonini ainda diz que o horizonte que se revela para este ano é importante e muito positivo, ainda mais com a perspectiva de mudanças nas premissas do programa Minha Casa, Minha Vida. “Com a injeção de recursos do orçamento da União deverá trazer um reequilíbrio na capacidade de pagamento do público-alvo através de novos níveis de subsídios, que serão um colchão para mitigar a diferença que houve nos últimos anos em relação ao poder de compra das pessoas, achatado devido aos altos níveis de inflação e o preço dos materiais, e por consequência o preço dos imóveis”, afirma.
O executivo ainda afirma que a boa performance do mercado de imóveis para o segmento econômico não pode ser dissociada do crédito facilitado. “Ao considerar a disposição do novo governo por maior equidade social e econômica, os ajustes no valor dos subsídios são de fundamental importância para que as pessoas possam tornar a equalizar a capacidade de pagamento e, com isso, realizar o sonho da casa própria”, finaliza Bonini.