Inflação: dois itens seguem pesando no bolso dos brasileiros no início deste ano

Em janeiro, a inflação do Brasil perdeu força em comparação com dezembro de 2022, no entanto, existem dois itens que seguem pesando no bolso dos brasileiros neste começo de ano: alimentos e combustíveis. Isto faz com que o Banco Central siga enfrentando pressão diante da rixa com o atual governo por conta do nível de juros e pela condução da política monetária.

No primeiro mês do ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) cresceu 0,53%, perdendo força após acelerar 0,62% em dezembro do ano passado, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta semana.

Isto fez com que o índice acumulasse uma alta de 5,77% em 12 meses até janeiro. Para 2023, a meta da inflação é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 pontos percentual para mais ou para menos, medida pelo IPCA.

Os analistas projetavam, de acordo com uma pesquisa da Reuters, uma alta de 0,57% no mês e de 5,80% no acumulado de 12 meses.

A inflação medida pelo IPCA encerrou o último ano com um crescimento acumulado de 5,79%, em decorrência especialmente do setor de alimentação. Agora a pressão é para que o IPCA retorne para a margem de tolerância.

Na primeira reunião do ano do Copom do Banco Central, ficou decidido que a taxa de juros Selic permaneceria em 13,75%. A autoridade monetária ressaltou que tanto a incerteza fiscal como  a deterioração nas projeções de inflação do mercado aumentam o custo para que o BC consiga cumprir as metas.

Em janeiro, o IPCA foi impactado pelo grupo de Alimentação e Bebidas, que cresceu 0,59%, fazendo com que o índice geral subisse 0,13 ponto percentual. Apesar disso, o segmento perdeu força ante os 0,66% observados no último mês do ano passado.

“Os alimentos têm sido um foco de resistência da inflação. Temos que aguardar, esse comportamento é importante mas pode ser influenciado por vários fatores como econômicos e até políticos”, disse o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov ao Uol.

De acordo com a Pesquisa Focus, feita pela Banco Central e que contou com a participação de centenas de economistas revelou que a projeção do mercado é que a inflação feche este ano a 5,78% e 2024 a 3,93%.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.