Crise da Americanas faz esta outra varejista viver um dos melhores momentos da sua história na Bolsa

Em janeiro, as ações de uma grande concorrente da Americanas cresceram 61,68%, um aumento inesperado e impressionante. Esta foi a quarta alta mensal mais elevada dos papéis desde que a empresa entrou na Bolsa de valores, em 2011, de acordo com um levantamento realizado por Einar Rivero, do Trademap. A grande responsável por este resultado é a situação atual da Americanas.

Esta alta revela um desempenho especialmente bom para a Magalu levando em consideração que, no ano passado, a MGLU3 caiu cerca de 60% no ano.

Os resultados obtidos pela empresa tem relação direta com o rombo de R$43 bilhões detectado pela concorrente direta, a Americanas, em 11 de janeiro. Neste dia, a Americanas comunicou ao mercado “inconsistências contábeis” bilionárias em seus balanços, pesadelo que culminou em uma recuperação judicial, com as ações fora do Ibovespa e uma diversos credores receosos.

Já para outras varejistas, o lugar até então ocupado pela Americanas ficou vago, abrindo uma oportunidade. Foi justamente nesse espaço que as ações da Magalu conseguiram se valorizar a no Ibovespa no mês passado.

“Sem sombra de dúvidas, foi por causa da questão da Americanas”, disse ao E-Investidor Angélica Marufuji, sócia e analista da Meraki Capital. Ela ressalta que as altas nas ações da Magazine Luiza foram acontecendo de forma gradativa ao passo que o mercado descobria que a situação da Americanas era mais complicada do que o revelado de início.

“Quando começamos a entender que havia ali uma questão de uma fraude contábil muito grande e que não estava muito claro como a empresa ia ter caixa para a passar por esse período, o mercado fez um raciocínio que de que a Magazine Luiza seria a primeira a capturar o ‘benefício’ desse movimento”, disse Marufuji ao E-Investidor.

Angélica relembrou outros casos no setor de varejo, como o da B2W quando a companhia decidiu diminuir a operação no e-commerce e a Magalu foi a empresa que melhor conseguiu captar o espaço deixado por ela. 

O mesmo aconteceu na falência da Máquina de Vendas ou quando o Walmart tomou a decisão de sair do e-commerce nacional. “Olhando o histórico recente, vemos que a Magazine Luiza historicamente vem sendo a ganhadora de mercado em movimentos como esse”, destacou a analista da Meraki ao E-Investidor.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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