Na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em 2023, foi decidido que a taxa Selic permanecerá em 13,75% ao ano, decisão que já era projetada por grande parte do mercado. Em meio a isso, onde investir a partir de agora?
Diante de ruídos que envolvem possíveis alterações nas metas de inflação, alta expectativa para indicações para o comando do Banco Central e crescimento do risco fiscal, os especialistas vem preferindo desacelerar e destinar grande parte de suas carteiras para ativos pós-fixados, misturando títulos públicos e privados.
Depois do que aconteceu com a Americanas, algumas empresas que possuem boa qualidade de crédito vem ofertando taxas próximas de CDI+1,5%, o que é encarado como chamativo por algumas casas.
Mesmo com a piora nas projeções de inflação no médio prazo segundo o que foi mostrado nas últimas semanas pelo Relatório Focus, grande parte dos profissionais procurados pelo InfoMoney orientam a manter a posição em títulos atrelados à inflação. No entanto, não existe um consenso.
Também não existe unanimidade sobre a alocação em Bolsa e em fundos multimercados. Algumas gestoras preferem diminuir o percentual em ativos mais arriscados, como é o caso da renda variável, outras, por sua vez, aumentaram ou mantém sua alocação em fundos multimercados. Altracoes também na exposição a fundos imobiliários (FIIs) do tipo “papel” e de galpões logísticos, em que a posição aumentou em certos casos.
Renda fixa pública
Já na renda fixa, existe um consenso de que o conservadorismo deve abocanhar a maior parcela das alocações. O head de renda fixa da Santander Asset, Cal Constantino, está entre os que concordam que o investidor deve deixar a maior parte de sua carteira reservada para alocações pós-fixadas vinculada à Selic, no caso do títulos públicos, ou ao CDI, no caso de papéis privados.
Renda fixa privada
A renda fixa privada é outro destaque nas carteiras. De acordo com Catherine Cruz, head de alocação da Braúna Investimentos, existem boas oportunidades em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prefixados com prazo entre dois e três anos.
Mesmo que não dê para desconsiderar novos aumentos na Taxa Selic caso aconteça uma deterioração fiscal ainda maior, Catherine diz que taxas entre 4% e 14,5% soam interessantes.
Também existem opções na renda fixa corporativa, tendo como destaque os títulos isentos de Imposto de Renda como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e do Imobiliário (CRIs), e ainda debêntures incentivadas com remuneração atrelada à inflação ou ao CDI.