Nubank está fazendo de tudo para conquistar este novo público

O banco digital Nubank decidiu por um fim em sua assessoria de investimentos, setor que ainda era um piloto na fintech e que quase não causará impacto em sua operação ou resultado.

Na visão de analistas, esta decisão do Nubank deixa clara a dificuldade do banco em conseguir atrair um público de renda alta, que poderia alocar um patrimônio mais elevado no NuInvest e trazer mais comissionamentos ou receitas com taxas para o banco digital.

Esta mudança de público é uma procura natural das empresas financeiras. Um exemplo é a XP Investimentos, que focou incialmente no varejão e foi aumentando sua meta de público-alvo no decorre dos anos, até chegar ao modelo de assessoria direta por um profissional de investimento.

Esta é uma estratégia para a empresa crescer sem necessitar de um maior número de clientes, mas sim angariar carteiras com altos valores e que podem usufruir de outro tipo de produto na instituição. 

Se este tipo de público não era importante para que o Nubank pudesse crescer nos serviços bancários, ele pode ser essencial para o  crescimento do segmento de investimentos.

Na visão de analistas, esta decisão do Nubank mostrou que o piloto da assessoria de investimentos não estava indo bem e que a empresa deverá seguir focando no crescimento da base de clientes para aumentar o volume sob custódia. No cartão ultravioleta, produto também voltado  para o público de maior consumo, os obstáculos seriam parecidos para tomar o ritmo esperado pela instituição financeira, avaliou o BTG Pactual.

Mas, este resultado insatisfatório não deve fazer com que o Nubank desiste da ideia de conquistar este público de alta renda. O mercado aguarda novas iniciativas neste sentido no decorrer deste ano.

Em seu relatório, o BTG ponderou o êxito do Nubank perante o público de renda mais baixa e o seu papel na democratização dos serviços financeiros no Brasil. “Mas para justificar os US$ 22 bilhões de valor de mercado e expandir seu mercado endereçável, acreditamos ser crucial começa a se mover para o alto da pirâmide, atraindo clientes de rendas mais altas”, disseram Eduardo Rosman, Guilherme Buchpiguel e Thiago Paura, segundo o Pipeline.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.