De novo? Outra grande empresa tomba na bolsa de valores por possível rombo bilionário

Ontem, 1º de fevereiro, as ações da Ambev caíram 4,76%, atingindo o valor de R$13,01. A má fase dos papéis da empresa começou desde que foi anunciada as inconsistências contábeis da Americanas, varejista que possui os mesmos acionistas de referência: Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, sócios da 3G Capital. No entanto, um novo fato piorou o cenário já complicado.

A revista Veja publicou, através da coluna Radar Econômico, um relatório da consultoria AC Lacerda, que foi solicitado pela CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja), que agrupa produtores menores do que a Ambev. De acordo com o documento, a Ambev estaria devendo por volta de R$ 30 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, em decorrência de manobras tributárias feitas na Zona Franca de Manaus.

A companhia, ainda de acordo com o relatório, estaria inflacionando o preço de ingredientes necessários para a produção da bebida, que são passíveis de isenção na Zona Franca, causando o acúmulo de mais vantagens tributárias do que é autorizado por lei.

O mercado, de forma geral, reagiu com cautela. Uma parcela considerável dos analistas classificou estes boatos como exagerados. Analistas do BTG Pactual contestaram essa acusação, afirmando que estes R$30 bilhões equivaleria a projeções da Receita Federal a respeito de disputas tributárias com um conjunto de empresas de bebidas, entre elas  a Ambev.

A Ambev afirmou através de um comunicado publicado pela Época Negócios que “as acusações da Cervbrasil não têm qualquer embasamento. Calculamos todos os nossos créditos tributários estritamente com base na lei. Nossas demonstrações financeiras cumprem com todas as regras regulatórias e contábeis, as quais incluem a transparência do contencioso tributário. A Ambev está entre as 5 maiores pagadoras de impostos no Brasil.”

A Ambev é uma empresa brasileira fabricante de bebidas. Pertencente ao grupo Anheuser-Busch InBev é a maior fabricante de cervejas do mundo, controla cerca de 69% do mercado brasileiro de cerveja e a 14ª maior empresa do país em receita líquida e sendo fabricante de refrigerantes, energéticos, sucos, chás e água.

Oriunda da fusão entre as então concorrentes Companhia Antarctica Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma, do Rio de Janeiro em 1999, atualmente possui mais de 30 cervejarias, maltarias, fábricas de refrigerante, rótulos, rolha e vidro, além de seis centros de excelência espalhados pelo Brasil.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.