Sonho ou realidade? Descubra se o dólar pode voltar aos R$ 5

Ao longo das últimas semanas, o dólar vem desacelerando fortemente ante o real. Dos cerca de R$5,40 registrados nos primeiros pregões do ano, a moeda está sendo negociada agora em torno de R$5,10, indo contra algumas projeções de valorização da divisa americana neste início do governo Lula.

No entanto, este enfraquecimento da divisa norte-americana ante a brasileira não é decorrente em grande parte do cenário interno mas sim da melhora de fatores internacionais que se refletem diretamente na força do real.

“A princípio, o risco de recessão nos Estados Unidos e a expectativa de que o banco central norte-americano irá segurar momentaneamente a alta de juros favorece países emergentes”, disse ao InfoMoney Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste B&T Câmbio.

Ao longo das últimas semanas, aconteceu uma inversão do sentimento dos investidores com os EUA. Se anteriormente a preocupação era a inflação, com a expectativa de que o Federal Reserve pudesse aumentar ainda mais os juros, agora a fraca atividade econômica também começa a preocupar, depois da alta dos preços aparentar ter feito pico.

“O mercado está entendendo que a economia dos EUA está em um processo de pouso suave. A preocupação de que o juro teria que subir forte por lá para trazer a inflação para baixo está perdendo força. A teoria que está se consolidando é que o Fed não precisará subir tanto as taxas e que os efeitos das altas já vai fazer a economia se acomodar”, disse  Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating ao InfoMoney.

A taxa de juros praticada nos Estados Unidos é um dos fatores que traz impactos para a economia do Brasil, assim como para grande parte das economias pelo mundo.

O que esperar para 2023

Na visão de Diego Costa, da B&T, o dólar deve permanecer oscilando no curto prazo. “O Relatório Focus nesta semana manteve sua expectativa em R$ 5,28 para 2023, no entanto a coisa pode mudar muito rapidamente a depender dos próximos passos da política monetária nos EUA e fiscal por aqui”, disse o especialista ao InfoMoney.

No entanto, na visão da Wagner Investimentos, existe uma tendência de alta para o dólar no médio e longo prazo. “Em que pese o real estar bem atrasado em relação ao mercado global de moedas, mesmo se comparado com Chile e Colômbia, há um cenário para compra. Temos a favor do real a reabertura da China, queda do DXY e o diferencial de juros (em que pese o carrego ter caído de perto de R$0,05 por mês para menos de R$0,03)”, avaliou a casa ao InfoMoney.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.