Jogo que remunera usuários em criptomoedas toma ‘banho de água fria’. Entenda o que aconteceu

Diante das medidas de isolamento social impostas pela pandemia, uma parcela da população aderiu aos jogos do tipo “play-to-earn”, modelo que paga ao jogador uma quantia em criptomoedas em troca de algumas horas de atividade. Diante desta popularização, jogos como Axie Infinity, conseguiram obter uma valorização de 4.400% em sua criptomoeda entre os meses de julho e novembro de 2021.

Porém, desde o dia 11 de novembro de 2021, quando o AXS, criptoativo do game teve seu pico custando cerca de R$888,78, até hoje, a moeda devolveu por volta de 93% de sua valorização. Na última terça, 24, o token estava cotado a R$61,70.

De acordo com especialistas, isto vem acontecendo por conta do chamado inverno cripto e pela queda de atratividade do game perante o público.

O inverno cripto é caracterizado pelo período de queda prolongada em decorrência, especialmente, da alta taxa de juros pelo mundo que prejudica os ativos considerados mais arriscados, como é o caso  das criptomoedas. Um exemplo disso é o bitcoin que desvalorizou cerca de 40% em um ano.

De acordo com a analista de criptoativos da Empiricus, Vinicius Bazan, “os juros subiram numa tentativa de conter a inflação causada, entre outros motivos, pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia”, disse ele ao E-Investidor.

Já sobre a queda de atratividade do jogo com o público, a professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Tatiana Revoredo, disse que os games necessitam de “mecanismos de incentivo”, isto é, aprimoramentos que os deixam mais visados pelos usuários.

Geralmente, o s jogos online oferecem roupas, bonecos e armaduras e desafios extras para que os usuários sigam engajados. “É preciso chamar a atenção das pessoas para que elas joguem e, consequentemente, a cripto valorize, beneficiando os jogadores que possuem AXS na carteira, por exemplo”, disse ela ao E-Investidor.

Porém, o jogo em questão não seguiu estas dicas. Segundo Nelson Mitsuo, professor de Sistemas de Informação da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o jogo não oferece uma dinâmica chamativa para novos usuários, uma vez que os mais antigos já estão tão avançados  que se tornaram “quase invencíveis”.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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