A Braiscompany, companhia que diz atuar com locação de criptomoedas e que promete rendimentos fixos por mês, ainda não acertou o pagamento dos clientes. A empresa inclusive ainda não provou que possui dinheiro para efetuar os pagamentos, segundo tinha prometido em uma transmissão ao vivo feita com advogados na última semana.
Em decorrência dos atrasos no pagamento, que vem acontecendo desde dezembro do ano passado, alguns investidores decidiram entrar na Justiça. Somente nesta semana, foram abertos dois processos no judiciário da Paraíba, estado onde a empresa está baseada. O portal InfoMoney obteve acesso aos processos.
Em ambos os casos, é solicitada a devolução do dinheiro não recebido e a anulação de uma multa de 30% aplicada pela Braiscompany para aqueles que decidem retirar o dinheiro. Uma das ações recebeu “prioridade processual” pois o cliente está enfrentando um tratamento de câncer.
“Seduzido pelos altos índices remuneratórios mensais, expostos nas divulgações publicitárias e na suposta credibilidade da parte ré, a parte autora entregou/cedeu as suas suadas economias, transferindo a quantia referente a R$10.065,22”, afirmou no processo a defesa do investidor. Segundo investidores, a empresa garante até 9% ao mês.
Segundo Richard Andrade, advogado da área de direito do consumidor que vem analisando de perto o caso empresa, a quantidade de processos deve subir nos próximos dias. “Como os atrasos por parte da empresa são recentes, com menos de um mês, acredito que o número de processos judiciais para restituição do valor aportado começará a aumentar significativamente a partir de fevereiro”, disse ele ao InfoMoney.
Uma ex-cliente da empresa fundou na última semana, a Associação de Vítimas da Braiscompany (AVB) com objetivo de apoiar as pessoas que não conseguem recuperar o dinheiro. Paralelo a isso, um outro grupo de advogados também realizou uma denúncia formal na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alegando que a Braiscompany faz oferta irregular de valores mobiliários.
Através do protocolo apresentado ao regulador, eles disseram que a empresa possui um modelo de negócio parecido com o usado por Rental Coins, golpe financeiro com cripto criado pelo “Sheik das Criptomoedas”, que foi preso em 2022.