Nesta terça, 17, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo tem a intenção de fazer uma reforma do Imposto de Renda no segundo semestre deste ano.
Segundo Haddad, após a aprovação da reforma tributária sobre consumo, que ele acredita que acontecerá ainda neste semestre, o governo vai querer aprovar a reforma tributária sobre a renda para desonerar a população mais pobre do imposto e onerar aqueles que não pagam.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto. Muita gente no Brasil não paga imposto. Nós vamos reequilibrar o sistema tributário brasileiro para melhorar a distribuição de renda no Brasil, afirmou Haddad ao Valor em Davos (Suíça), onde está participando do Fórum Econômico Mundial.
Haddad disse também que os detalhes sobre a reforma tributária sobre a renda que o governo quer fazer no próximo semestre ainda não estão definidos. Ele afirmou ainda que a taxação sobre lucros e dividendos não está definida. As falas do ministro aconteceram após jantar promovido pelo BTG Pactual.
A correção da tabela do Imposto de Renda, com isenção para aqueles que recebem até R$ 5 mil, estava entre as propostas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua campanha do ano passado.
Porém, logo depois das eleições, em novembro, Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento Social, sinalizou que estas mudanças poderiam ficar para depois. “É uma proposta para o mandato. Ela não está sendo tratada nem na PEC (de Transição) nem na reorganização do Orçamento” (deste ano), disse ele naquele momento, quando foi escolhido por Lula para acompanhar o Orçamento deste ano.
Uma proposta de reforma do IR chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados em setembro de 2021, mas se encontra parada no Senado.
Haddad disse ainda que os detalhes a respeito do novo arcabouço fiscal, que vem para subsituir o teto de gastos, devem ser definidos até abril.