O novo título previdenciário concebido pelo Tesouro Nacional, o RendA+ (NTN-B1), que tem como objetivo construir reservas para a aposentadoria e um possível complemento ao regime público, começa a ser disponibilizado para os interessados ainda este mês. Mas será que ele vale a pena?
Diante do maior acesso da população aos planos privados, que oferecem aportes mais baixos, a dúvida é se o novo título é vantajoso diante das tantas opções que estão no mercado do ponto de vista tributário.
De acordo com especialistas do setor, as duas opções tem seu espaço como estratégia para compor soluções de renda futura.
Ao passo que o novo título chegou ao mercado com uma tributação regressiva aplicada para renda fixa tradicional, com uma alíquota que atinge à taxação mínima de 15% após o período de dois anos, aqueles que contribuem para plano gerador de benefício livre (PGBL) e fazem a declaração completa do imposto de renda contam com um duplo benefício fiscal. É possível aplicar um abatimento de 12% no valor das base tributável no IR, e, quem opta pela tabela regressiva, o imposto é reduzido para 10% após dez anos.
Olhando pelo prisma do diferimento tributário de longo prazo, a previdência complementar parece levar vantagem.
Diante do atual patamar de juro real, os títulos públicos asseguram taxas superiores a 6% acrescido da correção monetária, um bom retorno por um período extenso, que segundo planejadora financeira Annalisa Blando, não é possível garantir. “A gente já defendia o Tesouro IPCA+ para carregar até o vencimento, é uma época muito boa para a pessoa física pensar no seu investimento para a aposentadoria dados os juros altos. Agora, o novo produto dá a possibilidade de receber renda com uma baita rentabilidade”, disse ao Valor.
Ela destaca que ter acesso a essa alíquota menor na renda fixa tradicional no período de apenas dois anos é algo a se levar em consideração, uma vez que na previdência privada, o investidor seria cobrado com uma taxação de 35% caso tivesse que sair nesse prazo – o imposto pela tabela regressiva é reduzido em cinco pontos a cada dois anos até chegar aos 10%. A profissional relembra que, nos resgates no futuro, o investidor vai pagar o imposto sobre o valor acumulado, não só sobre a renda.