Onde vai parar? ‘Buraco’ da Previdência Social tem valor assustador

O governo deverá ter que desembolsar o montante de R$363 bilhões para conseguir cobrir o rombo da previdência dos trabalhadores que contribuem para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), servidores públicos e militares em 2023. Esta conta engloba o resultado negativo de  R$ 267,2 bilhões no INSS, de R$ 47,3 bilhões dos servidores públicos e R$ 48,5 bilhões dos militares.

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Onde vai parar? ‘Buraco’ da Previdiência Social tem valor assutador (Imagem: FDR)

Esta projeção negativa foi levada em consideração pela equipe econômica do governo passado para a criação da peça orçamentária encaminhada ao Congresso Nacional em agosto de 2022 e que foi aprovada no final do ano. A projeção negativa, para o fechamento do último ano, apenas para o INSS, era de R$257,582 bilhões. No acumulado de 12 meses até novembro, o rombo da previdência dos servidores civis e militares era de R$ 108,2 bilhões.

De acordo com especialistas da área, estes dados revelam que a reforma da Previdência vem conseguindo atingir o objetivo de segurar o ritmo de aumento desenfreado dos gastos, mas, o déficit segue alto e pressionando as contas públicas. 

Mesmo diante disso, o novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, segue afirmando que a previdência não é deficitária. 

Em seu discurso de posse no início desta semana, ele ainda se mostrou a favor da revisão da reforma, fala que pediu técnicos do governo e do mercado de surpresa. As falas causaram uma distorção tão significativa que forçaram um desmentido de ministros como Rui Costa, da Casa Civil.

Na visão de Luis Eduardo Afonso, especialista em Previdência, professor associado da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA/USP), estas declarações de Lupi são preocupantes e  dão um sinal ruim tanto para o mercado como para a sociedade, uma vez que os dados revelam  que o déficit é alto e necessita de atenção diante da grande restrição fiscal.

Afonso disse ainda ao Valor Econômico, que o Ministério da Previdência deveria direcionar as atenções para solucionar o problema das filas existentes no INSS, que irá melhorar a gestão e recursos, em vez de falar em revisão da reforma de 2019. Ele falou ainda que a equipe do ministro poderia ainda pensar em utilizar um dispositivo para o aumento automático da idade mínima de acordo com o envelhecimento da população e avaliar alterações na previdência dos militares.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.