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Em novembro, dois papéis se destacaram por serem isentos de Imposto de Renda nas emissões feitas no mercado de capitais: os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Saiba mais.
Ambos os ativos, que vinham acumulando um crescendo no decorrer do ano, bateram captações de R$ 1,2 bilhão nos CRAs e de R$ 4,5 bilhões no caso dos CRIs.
Os dois instrumentos juntos totalizaram volume de R$ 79,9 bilhões em emissões no acumulado de 2032, um crescimento de 69% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. As informações foram divulgadas pela da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
São levadas em consideração as ofertas de CRAs fechadas em 2022, entre os meses de janeiro e novembro foram R$ 38,7 bilhões, com prazo de cerca de oito anos em média (um recorde para a série desde o ano de 2016).
“Os produtos securitizados se firmaram como opção para diversificação de portfólios, tanto para gestores quanto para investidores, garantindo posição importante como veículos financiadores de projetos de longo prazo, especialmente de segmentos estratégicos”, disse ao InfoMoney José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.
Uma das grandes vantagens dos papéis é a isenção do Imposto de Renda. Aqueles investidores que procuram opções mais arrojadas enxergam neles uma opção. Oferecendo geralmente uma remuneração mais alta em comparação com os títulos públicos, os certificados de recebíveis são emitidos por empresas privadas, as securitizadoras. E são lastreadas em operações de crédito ligadas aos setores imobiliário e do agronegócio.
Mesmo que sejam parecidos, os CRIs e CRAs são dois tipos diferentes de títulos securitizados de renda fixa. Securitizar significa transformar créditos a receber (como as parcelas de uma venda parcelada ou pagamentos de um financiamento) em papéis que podem ser adquirido por investidores ou também negociados no mercado.
Sobre os detentores dos CRAs, de acordo com a Anbima, os intermediários e outros participantes ligados à oferta são os credores centrais, com 42,8%. Logo depois aparecem as pessoas físicas, com 32,4%. Os fundos de investimento passam a assumir uma maior posição no mercado primário, de 16,2%. Já os outros investidores institucionais e os investidores estrangeiros ficam com 8,6% e 0,1%, respectivamente.
“O que observamos em 2022 é o mercado de capitais se expandindo para instrumento de dívida como um todo, devido o ciclo de juros altos que deslocou a alocação dos investidores de renda variável em busca de remuneração mais atrativa nas captações estruturadas de dívida”, explicou ao InfoMoney Thiago Lobato, head de capital solutions da Ártica.
Em sua visão, fora isso, as vantagens de ativos incentivados relativo a isenção do imposto de Renda para pessoa física melhora a atratividade para este tipo de instrumento. “Na mesma direção, olhando para as companhias emissoras, observamos o maior acesso ao mercado pelo middle market (companhias de pequeno porte) e avanços regulatórios no setor que facilitaram essa trajetória de crescimento”,disse ele ao InfoMoney.
Lobato diz ainda que a projeção é de que o cenário que vem se apresentando para o ano novo irá ficar em linha com o crescimento do mercado em 2022. Diante disso, o patamar de altos juros tende a manter a alocação dos fundos e outros investidores em renda fixa.
Fora isso, os avanços que vem acontecendo na regulação do mercado ajudam a desburocratizar esse caminho para as companhias que contam cada vez mais com essa forma de captação. “Assim, é esperado que o volume de notas comerciais seja cada vez mais representativo e o mercado de securitização mantenha um volume representativo frente às captações de crédito privado, que em sua maioria ainda são via debêntures”, disse ele ao InfoMoney. Os ativos mais representativos estão concentrados na renda fixa, como por exemplo, as debêntures.