O novo ano está se aproximando e os investidores já começam a pensar em quais serão os ativos que farão parte de suas carteiras em 2023. A renda fixa na XP Investimentos permanecerá com destaque, no entanto especialistas alteraram sua visão a respeito de qual será a principal preocupação do mercado no contexto econômico.
“2022 foi marcado por essa preocupação muito grande com a inflação, que trouxe uma resposta bem forte dos bancos centrais. A gente acha que, para 2023, a preocupação migra para crescimento ou a falta dele”, disse ao Suno, Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP.
Durante a apresentação das projeções para a imprensa, o head do time de Research disse que o Brasil serhuirá atraindo investidores internacionais no ano novo.
“Esse cenário dos preços das commodities sustentável, com a China reabrindo, acaba sendo bastante relevante para a nossa bolsa, que tem uma exposição às commodities bem grande”, disse ele.
A head do Research de Renda Fixa, Camilla Dolle afirmou ao Suno que a projeção dos analistas é de um cenário fiscal mais desafiador em 2023. Apesar disso, ela diz que o próximo ano contará com um panorama de “potencial protagonismo da renda fixa, assim como foi este ano”.
Em sua visão, os ativos pós-fixados e os títulos atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) se apresentam como boas alternativas para os investidores. Ao ser perguntada pelo Suno, Dolle faz um alerta para que o público permaneça atento nos movimentos econômicos do governo Lula, em especial no cenário fiscal, o que se reflete nas taxas econômicas.
Risco fiscal no novo governo?
O economista-chefe da XP, Caio Megale destacou ao Suno que o grande desafio do Brasil neste momento é a estabilidade fiscal: “Não precisa ser um fiscal que traga a dívida para baixo, mas é necessário ter pelo menos alguma estabilidade da dívida. O teto de gastos e a desalavancagem dos bancos públicos permitiram com que a taxa Selic caísse tanto. Antes da pandemia, (a selic) era de 4%”. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano.
“Normalmente, quando você assume um governo, a primeira coisa é dar uma freada, um ‘freozinho’ de arrumação. Dessa vez, a gente não está vendo isso, estamos observando uma pisada no acelerador de arrumação”, finalizou o economista ao Suno, fazendo uma alusão aos gastos fora do teto sugeridos pelo presidente eleito Lula.