A Black Friday 2022 foi a pior da história para o varejo on-line, registrando queda na quantidade de pedidos e no valor gasto por compra. Na sexta-feira de descontos, foi observado um recuo de 28% em comparação com o ano passado, para R$3,1 bilhões, com uma fraca base de comparação, uma vez que 2021 já tinha sido um ano mais fraco para a Black Friday até então.
Agora, o comércio vai se concentrar nas estratégias comercias para os próximos 20 dias, na tentativa de reaquecer as vendas e buscar margens mais altas no Natal.
Esta queda registrada na Black Friday, data oficial do evento de descontos, é o equivalente a R$1,2 bilhão a menos em vendas do que o registrado no ano passado, de acordo com o monitoramento fechado no sábado pela Confi Neotrust, companhia de dados com foco no digital, feito juntamente com a ClearSale, voltada para prevenção a riscos.
A queda pode ser explicada pelo efeito da recente deterioração do poder de compra, mas também do baixo nível de confiança na economia do país no próximo ano.
Fora o conturbado cenário econômico vivido em 2022, existe a possibilidade de um ano novo com um elevado grau de incerteza política e sem melhora na renda no curto prazo, após a chegada do novo governo, o que faz com que as pessoas gastem menos. Foi detectada uma queda de 23% na sexta pela NielsenIQ|Ebit.
De acordo com o Valor Econômico, no sábado houve uma melhora na demanda dos sites, mas não a suficiente para reverter a tendência de queda. Nas lojas físicas, a situação foi um pouco melhor no fim de semana. Algumas informações davam conta de que as lojas físicas de redes tradicionais registaram vendas melhores em comparação com o ano passado.
Esta foi a primeira vez em que a Black Friday teve uma queda nas vendas nos 12 anos em que a data chegou no comércio brasileiro. Era esperada uma alta nominal entre 3% e 9%.
“Não esperávamos isso, as pessoas não consumiram, ainda vivemos um período econômico difícil. E havia uma ansiedade grande nas empresas, todo mundo querendo recuperar um pouco os números do ano”, explicou ao Valor Matheus Manssur, superintendente comercial de comércio eletrônico na ClearSale.