Como um dos planos para tentar a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) permitiu a criação do empréstimo consignado no Auxílio Brasil. Embora o produto tenha sido muito criticado por especialistas, a ideia de conseguir um crédito financeiro foi tentador para muitas pessoas. Diante disso, crescem as expectativas sobre a liberação do empréstimo consignado pelo Bolsa Família no próximo ano.
Em 1° de janeiro de 2023, Luís Inácio Lula da Silva (PT) assume como presidente do país. O novo governante já demonstrou total interesse em retornar com o Bolsa Família, e inclusive sua equipe de transição busca recursos para isso. Diante dessa troca de programas sociais e o fim do Auxílio Brasil, o empréstimo consignado disponível hoje pode correr riscos de continuar.
Diante de uma série de críticas sobre o produto, com a possibilidade de endividamento das famílias de baixa renda e com desconto em seus auxílios, o empréstimo se tornou polêmico. As famílias que contratam o produto podem receber até R$ 160 a menos do seu benefício todos os meses, diminuindo seu poder de compra.
Justamente por isso, o governo Lula pode optar por restringir o consignado no Bolsa Família diante da troca de nome do programa. Ou, permitir que novas contrações sejam feitas, mas aperfeiçoando esse produto e possibilitando diferentes condições.
Como funciona o consignado do Auxílio Brasil?
Determinado pelo Ministério da Cidadania, hoje quem contrata o empréstimo consignado do Auxílio Brasil encontra as seguintes condições:
- Margem consignável (quanto pode ser descontado do auxílio): 40% sobre o pagamento de R$ 400;
- Número de parcelas: até 24 prestações, ou seja, dois anos;
- Taxa de juros: máximo de 3,5% ao mês.
- Valor das parcelas: mínimo de R$ 15 e máximo de R$ 160;
- Valor emprestado: em média, R$ 2.500.
Veja quanto pode receber:
Vai ter empréstimo consignado no Bolsa Família?
A volta do Bolsa Família marca também o retorno do governo petista ao poder, por isso o interesse em rebatizar o programa. Embora regras como a porta de entrada usando o CadÚnico, e o pagamento de R$ 600, devam ser mantidos, opções como o empréstimo consignado ainda são uma incógnita.
Oficialmente, Lula não trouxe nenhum parecer a respeito do assunto, não demonstrou interesse em continuar ou cessar o produto. Para os bancos que oferecem o consignado, porém, as expectativas são de que o crédito financeiro continue com o início do Bolsa Família.
Durante entrevista coletiva no início de novembro, Carlos Eduardo Guimarães, CEO do Banco PAN acredita que Lula vá manter o empréstimo consignado. Para ele, esse crédito deu as famílias de baixa renda a oportunidade de empreender e conseguir uma fonte de renda.
“Sobre a perpetuidade do produto daqui para frente, não tenho certeza, vamos aguardar o desenrolar de cenas do próximos capítulos. Mas acreditamos que o novo governo vai achar um produto bacana, que oferece para o cliente a melhor oferta de crédito, com uma taxa mais barata”, comentou Guimarães.