Copa do Mundo: kit churrasco sofre influência dos jogos e carne fica 77% mais cara

Pontos-chave
  • Inflação da Copa do Mundo afeta variedade de produtos e serviços nos últimos meses;
  • Carnes ficam entre os produtos mais caros do kit torcedor;
  • Televisores têm alta nos preços enquanto são vistos como indispensáveis para os jogos.

A Copa do Mundo começa na próxima semana. Até lá, o brasileiro como bom amante de futebol que é, já se prepara para acompanhar os jogos com tudo o que tem direito. O kit churrasco é o primeiro da lista, mas talvez não seja tão completo desta vez. 

Copa do Mundo: kit churrasco sofre influência dos jogos e carne fica 77% mais cara
Copa do Mundo: kit churrasco sofre influência dos jogos e carne fica 77% mais cara. (Imagem: Montagem/FDR)

Isso porque, a Copa do Mundo fomenta a economia a nível universal, abrangendo os mais variados produtos e serviços. O churrasco, especialmente a carne, é um deles. O preço do alimento teve uma disparada de 77% no acumulado dos últimos quatro anos

O percentual foi apurado a partir de um levantamento feito pela XP Investimentos até o mês de setembro. A inflação acumulada desde a última Copa do Mundo foi de 26,3%. O índice é superior ao aumento no preço das bebidas, que foi de 21,6%. Já o refrigerante ficou 26,1% mais caro.

Uma segunda pesquisa, desta vez realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica um aumento variável no almejado kit churrasco para a Copa do Mundo. O relatório apontou o encarecimento das carnes bovinas, suínas e bebidas em 5,8% nos últimos 12 meses, percentual acima da inflação geral que acumulou 5,02%.

As grandes vilãs do kit churrasco para a Copa do Mundo são as bebidas, cuja alta foi de 10,36%. O destaque fica por conta da cerveja, que está 11% mais cara. Tatiana Nogueira, economista da XP, explica que a escalada nos preços da carne vem antes mesmo da pandemia e está associada à:

  1. Maior demanda global;
  2. Alta dos grãos usados na produção de ração;
  3. Redução das áreas de pastagem com a crise hídrica de 2020 e 2021. 

Já a cerveja e o refrigerante foram impactados pelo aumento nos custos de produção, especialmente de embalagens, que têm preços cotados em dólar. 

Carnes mais caras pelo impacto da Copa do Mundo

Abaixo, veja o ranking das carnes que sofreram maior impacto no preço durante os últimos 12 meses.

  • Linguiça: 6,38%;
  • contrafilé: 5,56%;
  • Picanha: 4,69%. 

Por outro lado, alguns cortes se mantiveram estáveis ou até apresentaram uma leve queda no preço. São eles:

  • Carré/bisteca: -3,88%;
  • Pernil: -1,73%; 
  • Costela suína: -1,54%;
  • Lombo: -0,12%;
  • Fígado bovino: -11,63%;
  • Costela bovina: -0,04%.

Inflação da Copa do Mundo

O levantamento da XP lista as principais altas, de 2018 a 2022, entre os itens que compõem a “inflação da Copa”. Confira abaixo: 

  • Pacote de figurinhas do álbum: 100%;
  • Carne: 76,9%;
  • Camisa oficial da seleção: 40%;
  • Inflação oficial (IPCA): 26,3%;
  • Refrigerante consumido dentro de casa: 26,1%;
  • Cerveja consumida dentro de casa: 21,6%;
  • Refrigerante consumido fora de casa: 21,5%;
  • Cerveja consumida fora de casa: 17,5%;
  • Álbum de figurinhas: 16,5% Televisor: 12,2%.

Televisores ficam mais caros pela Copa do Mundo

As televisões, itens indispensáveis para acompanhar os jogos, também ficaram mais caros desde a Copa do Mundo em 2018 na Rússia. De acordo com o levantamento da XP, o preço das TVs subiu 12,2% em relação à última competição.

Apesar do aumento abaixo da inflação, mas ainda surpreendente, na avaliação de Tatiana Nogueira. No geral, segundo a economista, a tendência é que o preço desse tipo de produto caia ou fique estável, e não suba. 

“A tecnologia tem avançado muito rapidamente. São lançados novos produtos, os antigos ficam obsoletos e os preços caem. Podemos atribuir essa surpresa também à pandemia, porque tivemos restrições de oferta e uma quebra nas cadeias globais de suprimentos, especialmente de semicondutores”, afirmou.

A economista lembra ainda que a disparada nos preços desses itens que compõem o chamado “kit torcedor”, poderia ser ainda maior se a Copa do Mundo de 2022 acontecesse em julho, como normalmente é, e não em novembro, já que o Brasil registrou deflação nos meses de julho, agosto e setembro.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.