- Jogos da Copa do Mundo irão fomentar economia brasileira nas próximas semanas;
- Tendência é que o brasileiro aumente o consumo durante a Black Friday em decorrência dos jogos da Copa;
- Copa do Mundo pode impulsionar a data de compras em R$ 4,21 bilhões.
Black Friday x Copa do Mundo, dois dos eventos de maior potência no mercado econômico se unem neste ano. Enquanto um já é aguardado a cada última sexta-feira de novembro, outro fomenta a ânsia e expectativa durante quatro anos.
Em 2022 uma particularidade deve ser observada, a maneira como a união entre Black Friday x Copa do Mundo podem impulsionar a economia do país. Uma estimativa feita pela Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), indica que somente no varejo, a movimentação poderá chegar a R$ 4,21 bilhões.
O montante estimado durante a Black Friday x Copa do Mundo caracteriza o maior valor da série histórica, cuja apuração teve início no ano de 2010. Para entender a proveniência deste número, é preciso saber que o comércio teve um avanço de 1,1% em setembro em relação a agosto considerando o ajuste sazonal.
Este é o modelo de compensação utilizado para comparar diversos cenários em meses distintos. O percentual representa o melhor desempenho para o período analisado desde 2019. Enquanto isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma deflação por três meses consecutivos.
Esta é a razão pela qual as expectativas da CNC para a Black Friday x Copa do Mundo são favoráveis. Lembrando que até o final de 2022 também deve ser levado em conta outro evento de grande fluxo financeiro, o Natal.
Em tese, caso o setor de comércio cumpra a estimativa de R$ 4,21 bilhões na Black Friday, impulsionado pela Copa do Mundo, o setor terá uma alta real.
Por outro lado, mesmo com a projeção de movimentação recorde pela Black Friday x Copa do Mundo, o crescimento pode ser de apenas 0,96% em relação ao volume financeiro obtido em 2021. A taxa de expansão no período dos últimos 12 meses é ainda menor, de 1,71%.
Entenda a relação entre Black Friday x Copa do Mundo
Por ser apaixonado por futebol, o brasileiro muda seu comportamento de compra na Copa do Mundo, se preparando para assistir aos jogos do mundial. Outro grande evento que movimenta o varejo todo ano é a Black Friday. Mas, e quando esses dois eventos acontecem na mesma época, como neste ano?
“É difícil prever o que vai ocorrer e quando juntam os dois, a situação se torna sem precedentes”, afirmou Bruno Affonso, head de Insights, Analytics e Growth no Google, no Marketplace Conference 2022.
É notória a animação dos brasileiros com a Copa do Mundo, ainda mais que no ano anterior. Segundo uma pesquisa feita pela companhia com base em insights deste final de ano movimentado, 86% dos cidadãos afirmaram que irão acompanhar o mundial. Já 47% terá um envolvimento maior do que no último evento.
A estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo será na quinta-feira (24 de novembro), véspera da Black Friday. Chegou-se a cogitar a mudança da data de compras em 2022.
O Google perguntou aos consumidores e chegou à conclusão de que o campeonato não deve impactar negativamente as compras na data predeterminada.
Porém, não é de bom tom perder de vista a migração das compras presenciais para o e-commerce que a Copa do Mundo pode provocar durante a Black Friday. Para minimizar o efeito do campeonato, o conselho é pensar em uma estratégia “quinta + sexta” para assegurar o uplift da data e garantir uma ótima experiência mobile.
A pesquisa revela também que a intenção de compra em 2022 aumentou em relação ao ano anterior, sendo 78% entre consumidores das classes A e B e 68% na classe C. Ao todo, 71% pretendem comprar algum produto na Black Friday, um aumento de 16% em relação a 2021.
Destes, 81% dos consumidores afirmam estar com o bolso menos comprometido e 69% estão entre os mais endividados. Além disso, 20% estão indecisos sobre comprar na data.
“Sobre os canais de compra, já não é segredo que os compradores são multicanais. Porém, ao contrário dos últimos anos, vemos que é o momento do “e” e não mais do “ou”. Ele não compra mais no online ou no offline. Eles compram no online e no offline”, detalha Affonso.