COPA DO MUNDO 2022: entenda como o campeonato afetará o seu bolso nas próximas semanas

Economia nacional passa por eventos que impactam em seu rendimento. Na próxima semana, se inicia mais uma edição da Copa do Mundo. Celebrado mundialmente, o campeonato irá afetar o bolso dos brasileiros. Abaixo, um especialista traz um panorama sobre os próximos meses no mercado. Acompanhe.

COPA DO MUNDO 2022: entenda como o campeonato afetará o seu bolso nas próximas semanas (Imagem: FDR)
COPA DO MUNDO 2022: entenda como o campeonato afetará o seu bolso nas próximas semanas (Imagem: FDR)

Se você está se preparando para acompanhar a Copa do Mundo, fique atento. Mais do que mobilizar milhares de pessoas, o evento, assim como as eleições, deverá impactar o seu bolso.

Na Black Friday, por exemplo, há inúmeros descontos para quem desejar comprar TV’s e demais aparelhos para assistir a transmissão dos jogos. No supermercado, o preço da carne vem subindo diante do crescimento por sua busca.

Abaixo, o FDR convidou Teresinha Mesquita, professora de Economia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), para falar sobre esse panorama econômico. Em entrevista exclusiva, ele explica como serão os próximos meses na perspectiva financeira. Acompanhe:

Como a Copa do Mundo pode refletir na economia brasileira?

A Copa do Mundo é um dos eventos que tem um enorme impacto ao redor do mundo, principalmente em termos econômicos afetando a maioria dos países, que sejam sede do evento ou os que estão participando com suas seleções.

Neste ano temos a Copa do Qatar que tem uma característica diferente das demais que houveram, o período de realização será a partir de meados de novembro até meados de dezembro, será um grande evento pós pandemia e especificamente Brasil estamos entrando no período que ocorrerão outros eventos importantes, como a Black Friday e os preparativos para o final do ano.

O impacto dos eventos deve propiciar um crescimento econômico e nos negócios, principalmente em algumas áreas, na indústria de eletrodomésticos deve haver uma boa alavancagem considerando que diversos consumidores devem se beneficiar da Black Friday para aproveitar melhores preços para trocar os televisores com novas tecnologias e tamanhos diferenciados, assim como geladeiras para manter as bebidas no ponto, o evento da Copa do Mundo acaba por justificar um investimento maior nestes itens.

Outros setores que devem ter impacto positivo é o de vestuário com a compra de roupas especificas da seleção e acessórios para agregar na torcida, no setor de viagens os torcedores que se programaram para o evento devem movimentar positivamente o segmento, na área ligada a alimentos o impacto deve ser na compra de cervejas, carnes e petiscos neste período é comum as famílias e amigos se reunirem para torcerem juntos.

Conforme pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o impacto na economia brasileira será de R$ 1,5 bilhão no setor de varejo, sendo R$ 535 milhões em móveis e eletrodomésticos representando 36% de participação, R$ 333 milhões artigos pessoal e eletroeletrônicos em segundo lugar com 22%, R$ 318 milhões em vestuário com 21% e calçados e R$ 256 milhões e hiper e supermercados com menor percentual, mas não menos importante representando 17% neste contexto.

À parte do crescimento econômico de alguns setores, é preciso observar que devido a paralização ou redução das horas trabalhadas durante os eventos esportivos ligados à apresentação do Brasil, haverá impacto principalmente no resultado do PIB do trimestre.

A avaliação da queda na atividade industrial será um indicador importante a ser observado, outro aspecto são os resultados da competição do Brasil onde as vitorias incentivam as compras, principalmente na área de consumo dos hiper e supermercados e resultados negativos desestimulam a torcida impactando na redução consumo dos segmentos ligados diretamente ao evento.

E o pós eleição, como ele reflete na economia? Explique um pouco do panorama atual

No panorama econômico atual temos importantes reflexos da situação mundial, temos a pandemia ainda em andamento com períodos de elevação e mudanças de variantes, a guerra entre a Rússia e Ucrânia que afeta os países ao redor do mundo como na Europa o impacto no fornecimento de gás necessário para a manutenção dos aquecimentos principalmente no inverno, no Brasil o impacto da redução de fornecimento foi em relação adubos e fertilizantes que provoca a elevação dos preços devido a necessidade de busca em mercados alternativos, os conflitos geopolíticos ao redor do mundo e a situação dos Estados Unidos com a elevação da inflação, impactando na elevação dos preços dos produtos e um cenário provável de recessão.

O crescimento do PIB da China mostra a perspectiva de queda dos índices, conforme pesquisa da Reuters existe a previsão da desaceleração no ano de 2022 para o índice de 3,2% ante a meta do governo de atingir 5,5%.

No contexto brasileiro temos dados importantes divulgados pelo IBGE sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês outubro foi de 0,59%, encerrando um período de deflação dos meses de julho de -0,68%, agosto -0,36% e setembro -0,295, um dos principais pontos de impacto foi a menor redução dos preços dos combustíveis.

Na análise do IPCA no índice acumulado do período anual temos 4,70%, na comparação dos últimos doze meses temos 6,47% referente a outubro, abaixo do resultado anterior de 7,17% do mês de setembro.

A economia da pós eleição deverá ser impactada pelas propostas de alterações para o próximo ano com os novos direcionamentos do governo. Pontos importantes a serem ressaltados são as ações que deverão ser tomadas para cumprir as propostas previstas para áreas que afetarão a população e o orçamento do país, como manter o equilíbrio fiscal e as contas públicas mantendo a liberação do valor de R$ 600,00 do Auxilio Brasil ou Bolsa Família, a concessão de auxilio adicional de R$ 150,00 por criança, aumento real do salário mínimo impactando diretamente os custos do INSS das aposentadorias, reorganização do imposto de renda elevando a isenção para R$ 5.000,00.

Outro ponto importante é como seguirão as reformas fiscais para abrir frente aos programas sociais e assistenciais importantes para a população e conciliar os valores dentro do teto de gastos, assim como novas fontes de recursos.

Estudos do Fundo Monetário Internacional (FMI) referente ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ampliou a projeção do crescimento 2022 para 2,8% em comparação ao índice anterior de 1,7%, sendo a projeção de crescimento de 1% acima para 2023.

A economia brasileira dependerá de ações governamentais sobre as políticas econômicas e fiscais, e da elevação brasileiro do Produto Interno Bruto (PIB) para atingir novos patamares de crescimento econômico sustentável.

Quais são as perspectivas econômicas para esse segundo semestre perante a esses eventos?

A economia deverá ter impactos positivos em setores específicos no segundo semestre devido aos eventos relacionados a Copa do Mundo, promoções da Black Friday e preparativos para o Natal, uma fonte de recursos deverá ser a liberação da primeira parcela do 13º salário que ocorrerá até o final de novembro e no mês de dezembro a segunda parcela até dia 20 de dezembro.

Apesar das perspectivas de elevação no consumo devemos considerar neste contexto a desaceleração no mercado de itens com maior valor agregado devido aos altos juros que acabam por impactar no consumo de bens e serviços que tenham como forma de compra a liberação de crédito, dentro destes itens podemos considerar a compra de veículos, equipamentos de informática sofisticados e itens com valores elevados de outros segmentos.

Esses impactos econômicos podem refletir para o bolso do brasileiro? Como?

O novo governo enfrentará questões importantes para a continuidade de crescimento econômico do Brasil, as novas diretrizes econômicas, as reformas fiscal e tributária que precisam ser aprovadas para a consolidação dos projetos apresentados e o ganho da confiança de investidores e empresários.

O reflexo assertivo poderá impactar no crescimento do PIB, a redução da inflação para patamares dentro da meta proposta, redução do desemprego e crescimento dos salários que foram afetados no período da pandemia que resultou em reduções significativas devido ao número de pessoas disponíveis no mercado de tralho.

Podemos citar alguns pontos dentro de todo o contexto de estruturação e mudanças em estudo e outras em andamento que poderão afetar de forma mais direta e imediata a população, tais como a proposta de continuidade do auxílio no valor de R$ 600,00 que permitirá aos mais necessitados continuarem a se recuperarem das perdas e o aumento dos limites do imposto de renda para tributação no valor de R$ 5.000,00 também resultará em maior valor no bolso dos brasileiros. Podemos esperar que tais ações possam ajudar na redução da alta inadimplência que hoje grande parte da população esta inserida.

De forma geral todos seremos afetados direta ou indiretamente pelas diretrizes adotadas e aprovadas pelos poderes responsáveis, seja na continuidade de projetos importantes que estão em andamentos ou novos que serão propostos para a reorganização visando o crescimento sustentável do Brasil.

Gostaria de acrescentar algo?

O Brasil é um país com grandes perspectivas e está caminhando para retornar ao grupo das principais economias. A recuperação em curso pós pandemia, o contínuo trabalho para estruturação de política fiscal e tributária devem embasar o crescimento.

Dentro deste contexto são necessárias ações do governo para que os brasileiros tenham condições de renegociarem e acertarem suas dívidas, e ainda que haja implementação de programas de educação financeira para que as pessoas entendam como organizar suas receitas e despesas resultando na redução dos índices de inadimplência.

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.