Afinal, quem paga mais impostos no Brasil? Entenda como funciona a tributação

Um relato intrigante foi feito sobre a cobrança de impostos no Brasil. Tudo começou quando o empresário Sergio Zimerman afirmou pagar mais tributos que o operador de caixa da empresa dele. 

Afinal, quem paga mais impostos no Brasil? Entenda como funciona a tributação
Afinal, quem paga mais impostos no Brasil? Entenda como funciona a tributação

“Isso é uma verngonha”, disse o empresário ao comparar o sistema de cobrança de impostos no Brasil. Fundador da rede de pet shops, Petz, Sergio Zimerman enfatizou a incidência de tributos sobre o consumo, e não sobre a renda ou patrimônio, concentrando a riqueza. 

Foi comprovado que os cidadãos mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos no Brasil do que os mais ricos. A dinâmica segue um caminho contrário daquilo que a Constituição prega. 

“Sempre que possível, os impostos serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte”, diz o Artigo 145 da Constituição. Em resumo, quem ganha mais deveria pagar mais. 

Peso dos impostos no Brasil sobre a população de baixa renda 

Na prática, o brasileiro que recebe um salário mínimo por mês e um milionário que compram um xampu de R$ 20 no supermercado, ambos pagam a mesma alíquota de 44,2% em tributos sobre o valor do produto. Os dados foram apurados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Neste cenário, considerando a renda, o mais pobre paga mais impostos no Brasil que o mais rico. A discrepância é nítida em trabalhos divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O cálculo apura o impacto da incidência dos tributos sobre a renda de famílias.

Foi observado que uma parcela de 10% dos mais pobres comprometem o equivalente a 21,2% da renda com o que se chama de “tributos indiretos”. Já os 10% mais ricos desembolsam apenas 7,8% da renda com a mesma finalidade.  

Bolsonaro não conseguiu aprovar reforma tributária em quatro anos

A PEC da Reforma Tributária prevê a criação de um modelo dual de tributação, dispondo de duas alternativas de impostos de valor agregado

O primeiro deles é a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que visa a unificação de tributos federais como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Programa de Integração Social (PIS) e a Capacitação Inserção e Desenvolvimento (Cide-Combustíveis)

Já o segundo modelo de tributação, consiste no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), e prevê o vínculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS), os quais fazem parte dos âmbitos estadual, municipal e do Distrito Federal. 

Sem contar a previsão sobre um novo imposto atribuído aos setores de produção, importação e comercialização de bens e serviços que possam ser prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Este tributo seria o substituto do IPI.

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Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.