Imagina na COPA: entenda como fica a ECONOMIA durante a competição

Pontos-chave
  • Copa do Mundo se aproxima e traz impactos na economia
  • Existem diversas formas de medir este impacto como consumo de energia, movimento no comércio, entre outros

A Copa do Mundo está chegando e os brasileiros já começam a se organizar para conseguir acompanhar os jogos da nossa seleção. Com isso, a rotina em diversos locais é alterada. Diante disso, como a Copa afeta a nossa economia?

Como forma de desvendar esta questão, o Bank of America montou um compilado listando alguns números que auxiliam no entendimento das implicações do torneio para a economia do país e separar o que é verdadeiro ou falso.

O Brasil para para acompanhar os jogos da seleção?

Verdade. Uma maneira de comprovar esta afirmação é observando o consumo de energia elétrica. O consumo caiu cerca de 20% em dias úteis que a seleção brasileira entrou em campo nas copas de 2014 e 2018.

No entanto, o BofA ressalta que o os reflexos sobre as empresas de serviços públicos costuma ser baixo, já que as partidas duram duas horas, o que dá – 0,16% das horas do ano, se levarmos em conta que o Brasil tem 7 jogos até a final da Copa.

Volume de negócios na B3 é reduzido

Verdade. Ao longo dos últimos vinte anos, o volume de negócios ficou cerca 17% mais baixo durante a Copa do Mundo ao comparar com os três meses imediatamente anteriores. Em dias de jogo do Brasil, o volume cai ainda mais: 36%.

O BofA relembra que essa redução foi ainda mais explícita em 2014, quando o Brasil foi sede do torneio mundial. Naquela época, a B3 fechou as negociações durante o primeiro jogo e encerrou o pregão mais cedo em dias em que a seleção entrou em campo.

“Não acreditamos que o declínio no volume de negócios afete significativamente a B3 ou mesmo a performance do mercado”, diz o relatório enviado ao Valor Econômico.

Vendas de cervejas crescem 

Verdade. Quando o Brasil sediou a Copa no ano de 2014, a Ambev comercializou 1,4 milhão de hectolitros a mais, ou 1,5% das vendas no país por ano.

Apesar disso, o Bank Of America afirmou que o evento não deve ser um “game changer” para a Ambev. A empresa pode ser beneficiada pelo fato da Copa ser realizada no verão brasileiro. No entanto, ela também deve ter que arcar com gastos adicionais de marketing e consumo de alumínio.

“Assim, acreditamos que o incremento nas vendas deve ter impacto apenas marginal sobre a lucratividade da empresa”, disse o BofA.

Brasileiros ficam mais em casa 

Verdade. De acordo com administradoras de shoppings, ao longo da Copa do Mundo são observadas reduções significativas nas vendas. Durante o torneio, as vendas chegam a cair 50% dependendo da categoria do produto. Este problema acaba prejudicando também as vendas de incorporadoras. 

“Os estandes de vendas tendem a ficar mais vazios nos dias de jogos. Apesar disso, acreditamos que as compras são apenas postergadas, uma vez que esse tipo de empreendimento costumar ser planejado”, disse o BofA no relatório enviado ao Valor Econômico, onde ressalta que não enxerga um impacto significativo na performance desses setores.

Na Copa as vendas de eletrônicos caros cresce

Mentira. A venda de TVs rendem pequenas margens de lucros para as lojas e a maior lucratividade é oriunda de planos de financiamento e garantias estendidas. Fora isso, durante a Copa o movimento de clientes cai, fato que contrabalanceia os efeitos vindos deste lado.

O consumos de papelão sobe 

Verdade. Em anos de Copa do Mundo, a expedição de papelão ondulado, informação que que geralmente antecipa o nível de atividade da economia, aumentam em média, 12%. Este crescimento é relacionado as vendas de produtos ligadas ao evento, como bolas, camisetas da Seleção e ainda alimentos e bebidas.

Tendo como base os dados da Empapel, o BofA revelou que esse aumento no consumo  variou muito ao longo das edições do torneio. Em 1994 e 2006, a expedição superou em mais de 20% contra a média dos três anos anteriores. Já 2014 e 2018, o aumento ficou em cerca de 5%, usando a mesma base de comparação.

Crescem as assinaturas de planos de TV a cabo e internet 

Mentira. “Embora possa haver aumento marginal das vendas de pacotes, não esperamos impacto importante sobre as receitas, especialmente porque os consumidores podem optar por ofertas de pay-per-view apenas para o evento”, explicou o BofA ao Valor Econômico.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.