Na última semana, o PicPay, plataforma que oferece diversos serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas anunciou uma novidade. Trata-se de uma forma que empresas podem buscar empréstimos diretamente com pessoas físicas.
P2P Lending: o empréstimo entre pessoas
Nos modelos de empréstimos e financiamentos tradicionais, qualquer pessoa ou empresa que esteja precisando de dinheiro vai até uma instituição financeira e realiza a operação por lá. Porém, muitas vezes, as condições oferecidas não são as que o tomador estava procurando.
Buscando uma alternativa, surgiu no Reino Unido o chamado P2P (peer-to-peer) Lending, que traduzindo poderia ser chamado de empréstimo entre duas pontas. Esta modalidade surgiu em 2008, em meio à crise econômica mundial.
A explicação do P2P Lending é muito simples, pois, como o próprio nome mostra, é um empréstimo envolvendo duas “pontas”: de um lado existem as pessoas e empresas que estão buscando o crédito. Do outro lado, estão investidores que querem diversificar seus investimentos com oportunidades que paguem um pouco mais do que as modalidades tradicionais.
E neste processo, entram as plataformas, que ligam as duas pontas. Para quem busca o empréstimo, a plataforma faz uma análise do risco de crédito e precifica todo o processo. Para os investidores, a plataforma disponibiliza cada um destes pedidos de empréstimos, possibilitando que os investidores escolham onde querem colocar o seu dinheiro.
E uma outra característica é o formato coletivo. Os aportes costumam ter valores bem acessíveis e, a ideia é que não seja apenas uma pessoa que invista, mas sim várias.
Como funciona na prática?
Para quem está buscando o empréstimo, o processo se inicia no cadastro em uma das plataformas de P2P Lending e posterior solicitação do empréstimo. São solicitadas informações financeiras, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, para avaliação do perfil e, se for aprovado, determinação das condições (valor total do empréstimo, prazo e taxa de juros).
Uma vez aprovado, o pedido de empréstimo aparece na plataforma para que os investidores que tiverem interesse. Após a captação do recurso, quem pegou o empréstimo vai pagando as parcelas mensais, de acordo com as condições determinadas em contrato. O pagamento é feito diretamente para a plataforma, que repassa o valor para cada investidor.
Assim, os investidores recebem mensalmente a amortização (parte do valor emprestado em função do número de parcelas) mais uma taxa de juros.
P2P Lending é seguro?
Assim como qualquer investimento, o investidor que opta pelo P2P Lending também está sujeito a riscos. Neste caso, o principal risco envolvido é o de crédito. Em outras palavras, consiste na parte que pegou o empréstimo atrasar e/ou não cumprir com suas obrigações.
Justamente por isso, as plataformas de P2P Lending fazem toda a análise do risco de crédito, para mensurar tudo. Pela relação risco x retorno, tomadores com maior potencial de risco pagarão juros mais altos e, consequentemente, o juros pago ao investidor é superior ao dos tomadores com perfil menos arriscado.
As plataformas também possuem equipes de cobrança administrativa e judicial para lidar com os casos de inadimplência.
Em relação à regulamentação, aqui no Brasil o Banco Central criou a categoria Sociedade de Empréstimo Entre Pessoas (SEP). Desta forma, plataformas que queiram oferecer o P2P Lending precisam se estruturar como sociedade legal neste formato, regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Afinal de contas, vale a pena?
Para quem está buscando empréstimo, o formato P2P Lending pode proporcionar melhores condições que podem não ser encontradas em instituições financeiras tradicionais. Para o investidor, é mais uma oportunidade de diversificação, sendo uma modalidade de renda fixa que pode superar investimentos tradicionais.
Mas claro, em ambas as pontas, entender sobre esta modalidade e se planejar são ações fundamentais!