Na manhã de ontem, 3, a Polícia Civil do Rio de Janeiro, deu início a operação Quimera contra Yuri Medeiros Correa, criador da Autibank Pagamentos, empresa suspeita de estelionato e pirâmide financeira. Saiba mais.
Encarregada da investigação, a Delegacia de Defraudações começou a cumprir 12 mandados de busca e apreensão no Centro do Rio de Janeiro e em Niterói, na Região Metropolitana.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, ao menos trinta vítimas perderam cerca de R$3 milhões entre os anos de 2020 e 2021 com a Autibank. No entanto, a projeção dos investigadores é que a quantidade de vítimas seja ainda mais alta. Existem relatos de prejuízos em outros 12 estados e no Distrito Federal, que juntos totalizam um prejuízo de R$100 milhões.
A empresa citada não tem cadastro no Banco Central. Em maio deste ano, o Ministério Público do Rio denunciou Yuri como líder da organização criminosa e Gabriel Oliveira Fidelis como mediador das fraudes.
O Ministério Público do Ceará já considera Yuri como réu por estelionato e organização criminosa. De acordo com as investigações, o grupo liderado por ele possuía quatro filiais da Autibank em São Paulo, Niterói, Curitiba e Fortaleza.
A empresa patrocinou lives de artistas famosos como Gusttavo Lima e Bell Marques. Wesley Safadão chegou a cantar em um casamento organizado por Yuri em que estavam 800 pessoas presentes.
O esquema tinha ainda outras empresas que ofereciam empréstimos para clientes: a XTT Soluções Financeiras, a Extratton Soluções Financeiras e a Real Corp Soluções Financeiras, em Curitiba.
A assessoria do cantor Bell Marques disse ao portal g1 que “à época do patrocínio das lives não existiam denúncias contra representantes do banco” e que “a relação da empresa gestora da carreira de Bell Marques com o Auitbank foi estritamente comercial, se encerrando após as apresentações”.
A Autibank afirmou através das redes sociais que não cometeu grandes e disse ainda que está criando um plano de restituição para que todos os clientes sejam restituídos de seus investimentos.
Funcionamento do esquema
As informações dos clientes eram obtidas pelos criminosos através de bancos de dados de funcionários públicos, em abordagens de vítimas em shoppings ou em suas casas.
Após este primeiro passo, as vítimas eram convencidas a efetuar empréstimos com alguma das empresas do grupo Autibank ou obter recursos próprios, especialmente através de empréstimos bancários e consignados.