Afinal, porque as BR’s estão interditadas? Saiba o que os caminhoneiros estão reivindicando na paralização

Insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão, desde a noite do último domingo (30), realizando bloqueios em diversas BRs em 20 estados do país.

Afinal, porque as BR's estão interditadas? Saiba o que os caminhoneiros estão reivindicando na paralização (Imagem: FDR)
Afinal, porque as BR’s estão interditadas? Saiba o que os caminhoneiros estão reivindicando na paralização (Imagem: FDR)

As manifestações nas BRs estão se desenrolando devido à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que após a apuração da votação realizada no último dia 30, foi eleito para comandar o Poder Executivo do país com mandato entre 2023 e 2026.

Dessa forma, sem aceitar a derrota nas urnas, movimentos ligados a pautas da extrema-direita, iniciaram os bloqueios e reivindicam a implementação de pautas anti-democráticas como a suspensão do resultado das eleições, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a articulação de uma intervenção militar.

Portanto, defendendo “o restabelecimento da lei e da ordem”, os apoiadores do atual presidente vêm cerceando o direito de ir e vir da população em defesa de um golpe que reverta o resultado das urnas. Manobra esta que é considerada inconstitucional.

Resposta das autoridades ao bloqueio nas BRs

Logo que o Poder Judiciário tomou conhecimento dos bloqueios nas BRs, o presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), Alexandre de Moraes, convocou uma reunião com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) visando acionar as autoridades policiais para desmobilizar as manifestações e liberar as vias fechadas por apoiadores de Bolsonaro.

Portanto, antes das 22h do domingo, Moraes determinou que o governo adotasse “todas as medidas necessárias e suficientes” para desobstruir as rodovias ocupadas em protesto pelo resultado das eleições. O ministro ainda determinou a prisão do diretor da Polícia Rodoviária Federal em caso de descumprimento.

Assim, a PRF foi acionada para conter as movimentações e garantir a fluidez do trânsito nas rodovias ainda na noite de domingo. Entretanto, o que se viu foram cenas de conivência com os bloqueios e as falas anti-democráticas.

Segundo informações divulgadas pela Folha de São Paulo, agentes da PRF em Santa Catarina teriam afirmado que estavam nos locais das manifestações apenas para “monitorar as ações” e que “não aplicariam multas”.

Pronunciamento de Bolsonaro e pedido para fim dos bloqueios

Com o escalonamento da situação, a expectativa para que o presidente Jair Bolsonaro se pronunciasse foi aumentando. Dessa forma, pressionado por aliados, o candidato derrotado nas eleições só quebrou o silêncio na tarde da terça-feira (1º). Em breve discurso, agradeceu aos 58 milhões de votos e defendeu a manutenção do direito de ir e vir, afirmando que os bloqueios seriam estratégias da “esquerda”.

Além disso, após a fala do presidente, o Ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira anunciou que o início do processo de transição governamental, previsto em lei, deveria ser iniciado nesta quinta-feira (3). As tratativas ocorrerão mediante contato com a equipe petista e serão coordenadas pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.

Entretanto, mesmo com a ação das Polícias Militares, sob o comando dos governadores dos Estados e de agentes federais, os bloqueios ainda não foram completamente dissipados.

Por isso, o presidente fez novo pronunciamento na noite de quarta-feira, quando pediu efetivamente o fim dos bloqueios, alegando que a paralisação do escoamento de mercadorias nas estradas estaria atrapalhando a economia do país.

Como um exemplo dos prejuízos causados com os incidentes nas BRs, estima-se que 500 mil litros de leite tenham sido perdidos por dia, ao não chegarem ao seu destino final e ficarem sem o acondicionamento adequado na estrada.

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