Nesta segunda, 31, a Noruega anunciou que vai voltar a oferecer ajuda financeira contra o desmatamento da Amazônia no Brasil. A informação foi dada pelo ministro norueguês do Meio Ambiente Espen Barth Eide após a vitória de Lula nas eleições de ontem.
“Em relação a Lula, nós observamos que, durante a campanha, ele enfatizou a preservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia. Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes, o mais rápido possível, para preparar a retomada da colaboração historicamente positiva entre Brasil e Noruega”, disse ele.
Em 2019, o país escandinavo, que é o principal fornecedor de recursos para proteção da floresta amazônica suspendeu a ajuda dada ao Brasil quando Bolsonaro assumiu a presidência.
Desmatamento em alta
Ao longo do governo de Jair Bolsonaro, o desmatamento na Amazônia brasileira cresceu 70%, um patamar classificado como “escandaloso” por Barth Eide, que afirmou que seu país entrou em um “confronto frontal” com Bolsonaro sobre este tema.
“Houve um aumento maciço do desmatamento sob Bolsonaro, o que tem sido muito preocupante. Todo mundo preocupado com o clima viu dolorosamente como ele desrespeitou completamente os antigos acordos e promessas”, afirmou Barth Eide.
Segundo o ministro, 5 bilhões de coroas norueguesas, o que dá cerca de R$ 2,5 bilhões, estão esperando para serem usados no fundo de preservação da floresta amazônica.
Logo depois da confirmação da vitória, Lula disse o Brasil está disposto a ter um papel de vanguarda contra a mudança climática e destacou que o planeta precisa de uma “Amazônia viva”.
Especialistas comemoraram a notícia. “A cooperação internacional foi fundamental para a construção da política ambiental do Brasil desde os anos 90”, afirmou Carlos Rittl, especialista em política internacional da Rainforest Foundation da Noruega ao UOL.
“Se Lula apresentar políticas e planos robustos para enfrentar o desmatamento, a violência contra povos indígenas e a crise climática, como prometeu, inclusive no discurso de vitória, pode trazer o apoio de todos os países que esperam do Brasil a liderança ambiental que ele perdeu, ao se tornar um pária durante os anos Bolsonaro“, complementou.