Pesquisa revela que 10 MILHÕES de pessoas vivem em situação de extrema pobreza no Governo Bolsonaro

Os quatro anos do Governo Bolsonaro resultaram em um cenário catastrófico. Atualmente, 49 milhões de brasileiros, o equivalente a 23% da população nacional, vivem em situação de vulnerabilidade social. 

O número foi apurado com base nos registros no Cadastro Único (CadÚnico). O sistema, que tem sido amplamente utilizado no Governo Bolsonaro para viabilizar o Auxílio Brasil, é uma espécie de banco de dados que reúne informações sobre a população vulnerável e de baixa renda.

Mediante essa captação, é possível redirecionar este público a iniciativas no âmbito social de acordo com as respectivas necessidades. Entre o período de janeiro de 2019, quando teve início o Governo Bolsonaro, até setembro de 2022, o número de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza cresceu em dez milhões.

Em dezembro de 2018, pouco antes do Governo Bolsonaro começar a vigorar, 39 milhões de brasileiros viviam nessa condição. Conforme classificado pela legislação brasileira, para se enquadrar na linha de extrema pobreza, é preciso apresentar uma renda familiar per capita de até R$ 105.

O que dizem os especialistas sobre o reflexo do Governo Bolsonaro?

Para o pesquisador de economia popular, Cícero Péricles, existem alguns fatores coincidentes na área econômica e que podem auxiliar no entendimento dessa alta.

Em 2020, por exemplo, a soma entre o número de desempregados, desalentados e trabalhadores em tempo parcial era de 27 milhões, ou quatro milhões a mais que em 2021.

Ele lembra ainda que, nesse período, a inflação cresceu em ritmo acelerado, especialmente no que se refere aos preços de itens básicos como alimento e transporte. Entre janeiro de 2019 e setembro de 2021, o acumulado do IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a 24,8%.

“A combinação de desemprego alto e inflação acelerada causa a queda da renda média. Por sua vez, isso ajuda a explicar o endividamento de 80% dos brasileiros e uma taxa de inadimplência de 40%. É esse empobrecimento que tem motivado a procura por algum benefício conseguido por meio do CadÚnico”, explica.

O que é o CadÚnico?

O Cadastro Único (CadÚnico) se popularizou após ser usado como porta de entrada para uma série de iniciativas sociais, sendo a mais popular na atualidade, o Auxílio Brasil.

Ele nada mais é do que um banco de dados do Governo Federal, que reúne informações sobre a população brasileira de baixa renda e em situação de vulnerabilidade

Uma vez que o Governo Federal está em posse dessas informações, através da base de dados do CadÚnico, é possível direcionar os cidadãos a uma série de programas e benefícios sociais de acordo com as respectivas necessidades e perfis. Alguns exemplos são, o Auxílio Brasil, Vale-Gás, Tarifa Social, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outros. 

A lista é extensa, composta por cerca de 20 benefícios. Para mantê-los é preciso atualizar o registro no CadÚnico periodicamente. Normalmente, essa periodicidade é de dois anos, a contar da data da inscrição original. Atualizações também devem ser feitas sempre que houver mudanças na estrutura familiar, como endereço, telefone, renda, morte ou nascimento.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.