Pesquisa surpreende ao mostrar número de pessoas que PASSAM FOME no Brasil

De acordo com o Boletim Desigualdade nas Metrópoles, produzido pelo Observatório das Metrópoles, da PUC-RS, em 2021 haviam 19,8 milhões de pessoas em situação de pobreza no Brasil. Deste total, 5 milhões representam famílias que vivem na condição de extrema pobreza, e que por consequência, passam fome. Comparado ao ano de 2020, este resultado mostra que o número de pobres subiu 3,9 milhões. 

Pesquisa surpreende ao mostrar número de pessoas que PASSAM FOME no Brasil
Pesquisa surpreende ao mostrar número de pessoas que PASSAM FOME no Brasil (Imagem: FDR)

A Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL) também colaborou para a pesquisa. De acordo com estas instituições que levantaram os dados, uma das explicações para o maior número de pessoas pobres e que passam fome no país, está ligada ao fim do auxílio emergencial. Em 2020 com a pandemia o governo liberou ajuda financeira para os brasileiros.

Os repasses foram finalizados em 2021, e considerando os dois anos de pagamento é possível considerar 16 parcelas de pagamento do auxílio. Em 2020 o valor foi de no máximo R$ 1,2 mil e mínimo de R$ 600 para pouco mais de 66 milhões de pessoas no Brasil. No fim daquele ano o governo diminuiu a quantia para no máximo R$ 375 e cortou o número de beneficiados.

Apesar dos problemas de implementação, o auxílio emergencial de R$ 600 conseguiu segurar os indicadores sociais em 2020. A interrupção do pagamento no ano seguinte foi uma decisão equivocada do ponto de vista social porque o mercado de trabalho ainda não tinha se restabelecido”, disse Andre Salata, um dos coordenadores da pesquisa e professor da PUCRS ao Globo.

O pagamento do auxílio emergencial foi contido por três meses até que em 2021 voltou a ser feito, mas com valor menor. O número de beneficiados também diminuiu e foi para 39,4 milhões, enquanto em 2020 eram contempladas 66,7 milhões de pessoas.

Pandemia forçou pobreza e aumento da fome no Brasil

O professor Andre Salata também diz que antes da pandemia o índice de pobreza e extrema pobreza já estava subindo, mas com o caos sanitário a situação ficou ainda mais crítica. Muitas dessas pessoas viviam na informalidade profissional, por isso, perderam cerca de um terço da sua renda. 

Além do que, por possuírem menor grau de escolaridade, eram os mais propensos a serem dispensados dos seus empregos. Logo, estas pessoas ficaram a mercê de políticas públicas e precisaram esperar que o governo liberasse auxílios, o que aumentou as chances de que passassem fome.

A pesquisa também revelou que as regiões Norte e Nordeste vivem a situação mais crítica. Na capital de Pernambuco, a cidade Recife, o crescimento de pessoas que são extremamente pobres com renda de até R$ 160 por mês subiu de 6,3% para 13% entre 2020 e 2021.

Para 2022 a expectativa é que esses dados melhorem, considerando a queda na taxa de desemprego o aumento para R$ 600 no valor do Auxílio Brasil. No entanto, ainda não é possível visualizar um cenário animador, ou de pré-pandemia.

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Lila Cunha
Autora é jornalista e atua na profissão desde 2013. Apaixonada pela área de comunicação e do universo audiovisual. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: [email protected]