Eleições 2022: confira as expectitivas do mercado em relação à vitória de Lula ou Bolsonaro

Pontos-chave
  • Mercado financeiro prefere a vitória de Bolsonaro
  • Na visão de especialistas, o Ibovespa ficaria abaixo dos 110 mil pontos em um governo Lula
  • The Economist apontou o melhor presidente para o país

Não é novidade que o mercado financeiro prefere que o candidato à presidência Jair Bolsonaro consiga se reeleger nas eleições do próximo domingo, 30. Na visão dos profissionais da área, caso Bolsonaro consiga permanecer no cargo, o desempenho da Bolsa seria melhor do que em um possível governo Lula. 

Esta posição foi apontada em uma enquete realizada pela fintech Warren, que entrevistou 120 pessoas, sendo 63 traders, 19 estrategistas/economistas e 38 profissionais de outros cargos.

Na visão de 40,8% dos entrevistados, o Ibovespa, mais importante índice acionário do país, ficará abaixo dos 110 mil pontos em um novo governo petista, representando uma estagnação do quadro atual. Apenas 15% dos consultados enxerga o índice acima de 120 mil pontos.

Por outro lado, na avaliação de 82,5% o Ibovespa ficaria acima dos 120 mil pontos em um possível novo mandato de Bolsonaro. Diante deste cenário, na visão de 79% deles, a tendencia é de que o dólar fique entre R$5 e R$5,40.

Já em um eventual mandato de Lula, 50,8% creem que o dólar seria negociado entre R$5 e R$5,40 e outros 45% enxergam a moeda americana em um patamar maior que R$5,40, indo contra o histórico de desvalorização da divisa durante o governo do ex-presidente.

Uma parcela deste olhar mais esperançoso a um governo comandado por Bolsonaro pode se explicar por um outro fator: para 44% dos pesquisados, ele seria mais liberal num segundo mandato, ao passo que Lula teria uma política parecida com a adotada por Dilma (que foi tida como muito negativa) para 30%.

A maior preocupação caso Jair Bolsonaro consiga se reeleger são com as crises institucionais, uma vez que o candidato do PL está em guerra com o judiciário. Somente 16% dos entrevistados se preocupam com esta questão caso Lula vença.

Uma preocupação constante para 39% dos pesquisadas e sobre não saber quem formará a equipe econômica de Lula. Mesmo diante da pressão vinda do mercado financeiro, de aliados e da imprensa, Lula ainda não divulgou nenhum nome. O candidato do PT reforçou que não vai revelar nomes para os ministérios até ser eleito.

Os entrevistados pela enquete da Warren, mesmo que tenham preferência por Bolsonaro, acreditam que as chances de Lula vencer as eleições é maior.

Para 33% dos participantes, a chance de vitória de Lula é de 50% a 60% e 14% enxergam 70% de chance do petista sair vencedor. Em contrapartida, apenas 21,7% acreditam que a chance de vitória de Bolsonaro é maior.

Também foi questionado pelo levantamento os melhores e piores ativos direcionais no país no cenário atual. Na visão de 35,4% a melhor opção é adquirir ações, ao passo que outros 26,5% citaram que é melhor aplicar na taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI, que segue de perto da taxa Selic) de curto prazo. Porém, para 25,7%, a melhor opção é aplicar no DI de longo prazo, enquanto 12,4% citam a compra de real.

Em contrapartida, 29,2% disseram que o pior ativo direcional é aplicar no DI de longo prazo. Já outros 29,2% citam a compra do real. Já 21,2% apontam aplicar no DI curto e 20,4% a compra de ações.

Melhor presidente para o Brasil na visão do The Economist

A revista britânica The Economist, publicou um artigo dizendo que “mais um mandato para o populista Jair Bolsonaro seria ruim para o Brasil e o mundo”.

Com o título de “Para ganhar a presidência do Brasil, Lula deve passar para o centro”, o artigo, que reflete a linha editorial da revista, afirma que Jair Bolsonaro não se esforçou para interromper a destruição da Amazônia, teve uma péssima atuação ao longo da pandemia e possui um “círculo que se sobrepõe ao crime organizado”, ao passo que mina “as instituições, da Suprema Corte à própria democracia”.

O artigo do The Economist chama Bolsonaro de “populista trumpiano, que mente tão facilmente quanto respira e imagina conspirações em todos os lugares”. A revista diz ainda que o candidato à reeleição “incita abertamente a violência”, e, fala sobre uma recente pesquisa, na qual “quase 70% dos brasileiros disseram temer danos físicos por causa de suas opiniões políticas”.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.