Será que pedir comida em casa é mais caro do que ir pessoalmente ao restaurante? De acordo com um levantamento feito pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) pedir delivery via iFood encarece em média 17,5% a refeição pedida, ante o valor do mesmo pedido realizado presencialmente.
A pesquisa foi feita no mês de julho e contou com a participação de 1.600 estabelecimentos. Este levantamento integra um processo que está em andamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê), que tem o objetivo de apurar se existe abusivo de posição dominante por parte do aplicativo iFood no mercado de delivery no Brasil.
O que integra esta conta
O conta é referente ao valor cobrado pelos estabelecimentos e já engloba os 10% de taxa de serviço. Não é levada em consideração outras despesas, como taxa de entrega cobrado pelo aplicativo iFood, ou gastos com estacionamento que o cliente pode ter caso decida ir pessoalmente ao restaurante.
O aplicativo não revela o quanto é cobrado em média pela entrega. Segundo informações do site da plataforma, por rota a taxa mínima paga ao entregador é de R$6, sendo que os entregadores ganham R$1,50 por quilômetro rodado.
Segundo dados do Sindepark (Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo), o preço médio do estacionamento nos principais bairros de São Paulo neste ano é de R$ 14,61 para a primeira hora.
Por que pedir comida no delivery é mais caro?
De acordo com a Abrasel, o preço do delivery é mais elevado em decorrência das taxas cobradas para os restaurantes pelo iFood, fazendo com que os estabelecimentos tenham que repassar para o cliente final.
A entidade revelou que o iFood possui 80% de participação no mercado de delivery no país e em média cobra entre 16% e 25% de taxa aos restaurantes, no entanto esta porcentagem consegue superar os 30%. Não foram consideradas pelo levantamento outras plataformas de delivery.
“Essas taxas fazem com que o preço ao consumidor seja 17,5% maior no iFood do que comprando na loja. Precisamos encontrar uma solução, é um mercado com baixa concorrência”, explicou ao UOL Paulo Solmucci Junior, presidente da Abrasel.
O iFood foi procurado pelo UOL para comentar a pesquisa mas não especificou quais são as taxas cobradas dos restaurantes. Através de nota, a plataforma explicou que não comentaria a pesquisa, uma vez que não teve acesso à metodologia do levantamento.