Com juros em ALTA, consórcios voltam a ser boa opção na compra de CARROS

Pontos-chave
  • Consórcios voltam a destacar entre quem quer um automóvel
  • Juros altos do financiamento causa redução de 9,7% na quantidade de veículos vendidos

Diante dos altos juros do financiamento automotivo, que estão em 27,4% de acordo com o Banco Central, volta a ganhar destaque o consorcio de veículos, que é uma alternativa para aqueles que não podem adquirir um carro à vista. Mas será que é uma boa optar por este tipo de negócio? Descubra aqui.

A resposta para esta pergunta é depende! Segundo dados que foram compilados pela B3, no acumulado de 2022 até o mês passado, foram vendidos 4 milhões de unidades de veículos financiados, entre novos e usados, dado que engloba motos, automóveis leves e pesados. 

Este dado revelou uma redução de 9,7% em comparação com o ano passado, o equivalente a 432 mil unidades financiadas a menos. No entanto, neste mesmo período, a quantidade de exemplares consorciados cresceu 19,9%, totalizando 62 mil exemplares em setembro.

Um exemplo de quem apostou no consórcio é o de Maria Paganini que conversou com o UOL e afirmou que se deu bem com a modalidade pois não tinha pressa em trocar de carro.

“Com certeza o consórcio é muito mais vantajoso. A única vantagem do financiamento, ao meu ver, é que ele traz o bem rápido. Mas você paga duas vezes o valor do carro. No consórcio, você pode ser contemplado por sorteio ou através de um lance. Você pode ser sorteado no início ou no fim. Então, se você não tiver pressa, é uma forma muito boa de adquirir um bem”, disse ela ao UOL.

A grande vantagem de se optar pelo consórcio quando o comparamos com o financiamento é sem dúvidas o custo de crédito. De acordo com a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) atualmente é cobrada uma taxa de administração de 14,8% em média para veículos leves, 14,6% para os veículos pesados e 17,3% para motos ao longo do contrato. Já o financiamento possui uma taxa média de 27,4% ao ano.

Desta forma, caso o veículo consorciado custe R$100 mil, ao final o comprador irá pagar R$114.800.

Funcionamento do consórcio 

Ao UOL, o sócio-fundador e diretor da Consorciei, Alexandre Caliman Gomes, plataforma que, entre outras coisas, faz a comparação de consórcios, disse que esta modalidade não possui juros já que não há uma instituição autorizando o crédito em troca de uma remuneração.

O profissional explica que o consórcio é uma ferramenta de autofinanciamento, que consiste em um grupo de pessoas financiamento outro grupo. Como forma de organizar e assegurar a saúde financeira de todos, a modalidade conta com uma administradora, que cobra uma taxa por este serviço.

“Trata-se de uma ferramenta de autofinanciamento que resolve um problema de abrangência global, que é a dificuldade de as pessoas pouparem consistentemente para atingir algum objetivo”, explicou ele ao UOL.

Gomes explica que do prisma do cliente, para determinar a melhor alternativa do ponto de vista do curso, é preciso fazer uma comparação com os juros mensais do financiamento com a taxa de administração do consórcio pelos meses a partir da contemplação.

Os participantes de um consórcio podem ser contemplados das seguintes formas: sendo sorteado em um dos sorteios mensais, dando um lance mais alto do que o dos outros participantes do grupo ou aguardando até o fim do contrato, que possui um número de meses variados.

Justamente por conta disso, que segundo o economista da ABAC Luiz Antônio Barbagallo, o consórcio não é a melhor escolha para quem tem pressa em pegar o carro novo, especialmente em casos onde não é possível dar o lance vencedor.

“O melhor cenário é o seguinte: você tem um carro que pretende trocar daqui um ou dois anos. Em vez de entrar em um financiamento e pagar até duas vezes e meia o valor do veículo, você pode começar a pagar um consórcio hoje, que tem parcelas mais baratas, e, lá na frente, usar o carro que você já tem para dar um lance”,disse ele ao UOL.

Entre na comunidade do FDR e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.