Bancos tradicionais x Bancos digitais: qual é mais seguro?

Na última semana, o Nubank anunciou uma nova funcionalidade: o “modo rua”. Trata-se de uma forma de levar mais segurança aos usuários. Ele funciona da seguinte maneira: o usuário define redes wi-fi que são seguras e, em locais fora destas redes, haverá um limite para fazer transferências. A ideia é trazer mais proteção para a conta para casos de roubos, furtos e sequestros.

Cibercrime no Brasil

Cada vez mais as coisas acontecem no ambiente online. Olhe por exemplo o dinheiro e o uso de serviços financeiros. Cada vez menos as pessoas usam formatos físicos, como dinheiro em espécie e cheques para dar lugar aos serviços oferecidos digitalmente pelos bancos e instituições financeiras.

O próprio Banco Central já percebeu essa transformação. O Pix (sistema de pagamentos), o Open Finance (compartilhamentos de dados) já são provas do investimento nas finanças tecnológicas. E, em breve, teremos também o Real Digital. Este representa a digitalização da moeda física.

Se isso é bom por conta da praticidade, por outro lado, cada vez mais os criminosos passam a olhar para este ambiente também. De acordo com um estudo feito pela Apura Cyber Intelligence, o número de tentativas de fraudes online cresceu 637% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2021.

E, quando olhamos estes crimes, o que mais aparece é o das fraudes bancárias. Justamente por isso, tanto os bancos tradicionais como as fintechs investem “pesado” em formas de se proteger e combater tais tipos de crimes.

Bancos, Fintechs e proteções contra o cibercrime

De acordo com o estudo State of Application strategy Finances Edition 2022, 94% dos líderes das empresas já usam (ou pretendem usar em breve) soluções de inteligência artificial e machine learning para combater fraudes digitais e garantir segurança de seus clientes.

Já um outro estudo, feita pela empresa F5, mostra um crescimento de 168% de 2021 para 2022 no número de bancos que já estão repatriando ou planejam mover suas aplicações de uma nuvem pública para uma nuvem privada e 96% já fez mudanças em tecnologias e em políticas de treinamento de colaboradores para melhor se defender de ataques digitais.

No começo deste ano, a Febraban assinou um acordo de cooperação técnica com a Polícia Federal. A ideia é desenvolver medidas preventivas, educativas e repreensão aos crimes cibernéticos.

O Banco Central tem a resolução 4.658, em vigor desde 2018, que estabelece que as instituições financeiras devem implementar política de segurança cibernética e procedimentos para contratação de provedores de computação em cloud. Também há a norma 3.909, que estabelece princípios referentes à segurança da informação para as instituições de pagamento.

Outras iniciativas, como o Programa Fintech Segura, cria recomendações e práticas para aumentar a transparência e segurança das fintechs.

Quem é mais seguro?

Todos os players estão movendo suas peças para levar mais segurança, tanto os bancos tradicionais, quanto as fintechs, que já nasceram neste “berço” da tecnologia.

Por exemplo, em junho deste ano o C6 Bank atualizou seu aplicativo para oferecer um ambiente de transações mais seguro. Recursos como biometria facial para autenticação de transações e abertura de conta contribuíram para a queda de casos.

Existe, inclusive, uma categoria de fintechs que oferece soluções para as próprias fintechs e instituições financeiras implementarem os mecanismos de segurança.

No final das contas, uma coisa é fato: além dos esforços por parte dos bancos, é fundamental que o usuário também faça a sua parte.

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Victor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.