Debêntures têm recorde de emissões em 2022. Saiba como funciona esse investimento

Pontos-chave
  • Debêntures crescem em 2022
  • No total, foram emitidos 351 debêntures entre janeiro e setembro

Até o mês de setembro deste ano, as emissões de debêntures totalizaram um montante de R$205 bilhões em 2022, o que representa uma alta anual de 25,6%, segundo dados revelados nesta quinta, 13, pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Este volume foi um recorde para o período.

No total, foram emitidos 351 debêntures entre janeiro e setembro. Deste total, 75 passaram da marca de R$1 bilhão. Em média, o prazo das ofertas foi de 6,1 anos e 82% das emissões foram  indexadas por DI + spread.

A liderança das emissões ficou com o setor de energia elétrica com R$ 39 bilhões. Fora  isso, 41,4% dos recursos captados foram voltados ao aumento de capital de giro das empresas. 

No total, as empresas do Brasil conseguiram captar R$402 bilhões no mercado de capitais doméstico até o mês passado, representando uma queda de 5,5% em comparação com o mesmo período de 2021. As emissões de renda fixa totalizaram R$331 bilhões, uma quantia 25,6% superior ante o mesmo período do ano passado.

“Estamos em um ano desafiador, com a subida dos juros e a volatilidade do período eleitoral. O cenário externo também tem se mostrado bastante difícil, com questões geopolíticas e alta dos juros em todo mundo. Apesar disso, o resultado acumulado até setembro mostra que as emissões locais seguiram em linha ao volume obtido no ano passado, com evolução na renda fixa, reforçando a maturidade e o bom funcionamento do mercado de capitais”, disse ao Eu Quero Investir, José Eduardo Laloni, vice-presidente da entidade.

O que é uma debênture 

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas que ofertam direito de crédito ao investidor. Ele é uma especie de empréstimo feito para que as empresas possam concretizar  os seus planos.

Desta forma, as Debêntures são valores mobiliários que representam a dívida de médio ou longo prazo da empresa. Sendo assim, aquele que detém o título assegura o direito de crédito que deve ser pago pela empresa emissora.

Como o empréstimo é feito para empresas, geralmente elas pagam juros maiores do que instituições financeiras ofertam para o investidor. Porém, os riscos são mais elevados, uma vez que não existe proteção do Fundo Garantidor de Crédito.

Como funciona uma debênture 

Elas são emitidas por Sociedades Anônimas (SA) de capital aberto ou fechado. Porém,  o público  tem acesso somente aos títulos emitidos pelas de capital aberto, devidamente registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Veja um exemplo: uma empresa desdeja realizar um projeto novo que custará R$ 500 milhões. Em vez de pedir crédito em bancos, ela emite títulos de sua dívida para ter acesso ao financiamento desejado.

Brasileiros buscam alternativas para investir

De acordo com o Banco Central, no mês de agosto, os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$22,015 bilhões. Esta foi a maior perda líquida da poupança desde 1995, quando a série histórica se iniciou.

Em decorrência de diversos resultados negativos, o saldo total da modalidade foi menor que R$1 trilhão pela primeira vez em dois anos, ficando em R$991,812 bilhões em agosto. Em 2022, apenas em maio a poupança conseguir obter uma entrada líquida, com R$3,514 bilhões.

Também bateu recorde os saques na poupança, com R$338,258 bilhões. Já o total de  depósitos foi de R$316,242 bilhões. A captação líquida, que é a diferença entre entradas e saídas, na poupança ficou negativa em R$ 12,662 bilhões, em julho.

Considerado o acumulado do primeiro semestre deste ano, a poupança teve uma  captação negativa em R$ 85,167 bilhões. Em 2021, a modalidade de investimento registrou uma saída líquida de R$ 35,469 bilhões.

O resultado obtido no mês passado se juntou ao rendimento de R$ 6,591 bilhões creditados no mês. Fora isso, em agosto, foi registrado que os recursos da caderneta aplicados em crédito imobiliário (SBPE) tiveram um saque líquido de R$ 19,697 bilhões. Já o crédito rural (SBPR), por sua vez, passou por uma saída de R$ 2,318 bilhões.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.