Entre janeiro e setembro deste ano, os fundos de investimento registraram retiradas líquidas (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 17,1 bilhões. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
No acumulado deste ano, os fundos de investimento tiveram o pior resultado de captações líquidas dos últimos cinco anos. O resultado mais recente ficou 104,1% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando a captação líquida tinha sido de R$ 414,7 bilhões.
Segundo o vice-presidente da Anbima, Pedro Rudge, a performance dos fundos de investimento foi afetada por fatores diversos.
Ele citou o período de eleições, a alta da inflação e crescimento da aversão ao risco. Consequentemente, houve maior atratividade de investimentos de renda fixa isentos de Imposto de Renda — como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).
Atualmente, as aplicações de renda fixa estão mais atrativas por conta do ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic. Desde março do ano passado, a Selic saiu de 2% ao ano para os atuais 13,75% ao ano.
Entre janeiro e setembro de 2022, os fundos de renda fixa apresentaram saldo líquido positivo de R$ 94,7 bilhões. Apesar disso, o número representa uma queda de 60,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
No acumulado deste ano, os fundos de ações tiveram saídas líquidas de R$ 57,9 bilhões. Já os fundos multimercados registraram saldo líquido negativo de R$ 79,7 bilhões.
Rentabilidades acumuladas de fundos de investimento
Grande parte dos fundos de investimento de renda fixa contou com rentabilidade positiva entre janeiro e setembro. Os retornos ficaram próximos ao da taxa DI, que encerrou o período em 8,9%.
O destaque nesta classe foi o tipo duração baixa crédito livre (permite manter mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco de crédito do mercado doméstico ou externo). O retorno no período foi de 9,9%.
Nos fundos de ações, os destaques foram os tipos monoação (aplicam em apenas uma empresa), com retorno de 22,9%; e FMP-FGTS (Fundos Mútuos de Participação-Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que permitem usar o FGTS em aplicação em estatais em fase de privatização, com retorno de 20,07%.
Entre os fundos multimercado, quase todos apresentaram retorno positivo no ano. A melhor performance foi a do tipo long and short neutro (realiza operações de ativos e derivativos atrelados ao mercado de renda variável). O rendimento foi de 20,6%.
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