Apesar dos incrementos tecnológicos auxiliares, o tempo de fila para receber o benefício do INSS continua alto. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) mostram que o problema é ainda mais grave para algumas modalidades.
No início do ano, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano afirmou a pretensão de zerar a fila de espera. Faltando poucos meses para o fim do ano, ainda existem mais de 1,8 milhão de pedidos em análise do INSS.
Por meio do Portal da Transparência, o IBDP analisou a veracidade dos números anunciados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). E foi percebido que algumas modalidades de benefício foram deixadas de lado na contabilização positiva divulgada pelo órgão.
O INSS não incluiu em seu relatório algumas modalidades que também estão acumuladas na fila. Alguns exemplos são: auxílio por incapacidade temporária, BPC, pensão por morte e salário maternidade. Quando somados esses números, a melhora não é assim tão expressiva.
O uso de formas automatizada de análise do pedido de benefício foi retomado em maio. A medida serviria para aumentar a fluidez do processo. Porém, os mecanismos do site e aplicativo nem sempre funcionam como deveriam. E, em alguns casos, levam a mais dificuldades para os beneficiários.
Desvio da análise de benefícios do INSS
Na intenção de agilizar os processos de pedido de benefício, o INSS trouxe de volta o procedimento virtual. Através dele, o segurado pode realizar todo o pedido de forma online no site ou aplicativo disponibilizado pelo órgão.
Nos casos em que o trabalhador consegue inserir todos os dados e documentação corretamente, é possível receber a aprovação automática. Porém, essa situação não acontece para muitos, e então o processo se torna um pouco mais complicado.
Quando o pedido virtual é indeferido, ele passa para o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS). Este órgão funciona para apurar pedidos que foram negados caso haja documentação comprobatória que gere recurso. Porém, muitos dos pedidos enviados a ele, não precisavam passar por esse processo.
O sistema que analisa os pedidos inicialmente dentro da plataforma do INSS. Porém ele não consegue analisar por inteiro a solicitação. Alguns dados como averbações de tempo, salário de contribuição são deixados de fora. Assim como alterações de tempo rural em aposentadoria urbana e alguns outros itens.
Sendo assim, o INSS encaminha para o CRPS diversos processos. Alguns desses, se melhor analisados, poderiam resultar facilmente na aprovação. Essas atitudes mascaram o verdadeiro número de processos na lista de espera do benefício.
Lembrando que, para as modalidades que requerem perícia, o segurado não é contabilizado na fila até realizá-la. E, nesse âmbito, também se encontra um grande gargalo dos pedidos feitos pelos segurados após anos de contribuição para a Previdência Social.