Um dos criadores do Plano Real, o economista Persida Arida, disse que neste segundo turno das eleições 2022 irá votar em Luiz Inacio Lula da Silva. Ele afirmou em uma entrevista concedida ao portal Valor que não quer que democracia “morra”.
O economista disse, entre outras razões, que o motivo de declarar voto em Lula é sua frustração com os resultados obtidos pela economia ao longo do governo de Jair Bolsonaro.
“Muita gente acreditou no governo Bolsonaro, mas eu sempre fui muito descrente de que iria implementar reformas de que o país precisa. De fato, a minha descrença se verificou verdadeira, disse ele ao InfoMoney.
Ao falar sobre o candidato Lula, ele falou que o programa do petista ainda está em aberto. “Tenho uma expectativa que seja um programa com muita responsabilidade fiscal. Pode se discutir detalhes sobre um ponto ou outro, como regras de teto. Mas a marca da responsabilidade, na minha expectativa, vai estar presente.”
O economista contou também que ao longo da campanha eleitoral não teve contato com Lula, mas que quer dialogar, se for convidado.
“Não tive nenhuma conversa recente. Tive uma conversa com o Aloizio Mercadante e alguns economistas da Fundação Perseu Abramo em março, e não tive nenhuma outra conversa com economistas do PT ou com o Lula”, afirmou na entrevista.
“Eu estou aberto, quem quiser conversar comigo no campo democrático, estou disposto a conversar. Essa foi minha postura ao longo de todo o primeiro turno. Continuo com a mesma postura. Se quiserem conversar, converso com maior prazer. Trocar ideias é sempre positivo.”
Persida destacou que o governo Bolsonaro não fez as reformas que considera como fundamentais para o Brasil, como a administrativa, tributária e a abrirá da economia. “Fez uma única privatização, que foi a pior já feita na história, da Eletrobras.”
“Acho que o Bolsonaro é um risco para a democracia típico da extrema direita. Está repetindo os passos do Orban na Hungria. Eu não quero que a nossa democracia morra. Claramente, essa é a primeiro motivo, independente da frustração com os resultados do governo Bolsonaro”, disse ele na entrevista ao Valor.
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